Avay Miranda *
Geraldo Varlei de Miranda **
Apresentamos nos três artigos anteriores, os problemas que assolam o país e a cada candidato a presidente da República que aparece, de quatro em quatro anos, reascende na esperança do povo brasileiro de que agora teremos um governo voltado para as soluções dos problemas do país, visando, primordialmente, o benefício do povo.
Mas, o que acontece é o contrário. Cada novo presidente que toma posse no cargo traz consigo decepção ao povo, causando desesperança, desânimo e baixa auto-estima.
Enquanto o crescimento do PIB brasileiro patina entre 2,1 a 2,9% ao ano, os outros paises emergentes, como a Índia, a China, a Coréia do Sul, a Argentina e outros, estão crescendo até 10% ao ano, ou até mais, como está acontecendo com a China, que vem crescendo em média 10% ao ano, necessitando de frear o seu crescimento, porque o país não agüenta.
No Brasil, como e quando viabilizar cada uma das angustiantes questões apresentadas nos artigos anteriores? A solução de tais problemas deve ser implementada já, agora, hoje, no momento, embora requeira muita reflexão, maturidade e amadurecimento.
Só há uma forma: mobilizando todo o povo brasileiro, missão difícil, ou quase impossível, porque a própria classe política se aprisionou, se encastelou em suas próprias mentes, inibindo o povo de pensar e de agir. Vejamos no particular, quanto aos estudantes, por exemplos, cuja entidade maior, a UNE, hoje em dia não passa de um apêndice de um partido nanico, o PC do B, cuja diretoria e estrutura são usadas por esse partido, em suas idéias e campanhas eleitorais.
Entendemos que o problema brasileiro não se resolverá assim tão facilmente. A começar pelo sistema de governo existente em nosso país o presidencialista, que é o pior existente atualmente, só vigente em países atrasados.
A problemática do Brasil remonta à raiz de nossa história republicana. Ela nasceu com a proclamação da República em 1889, quando foi introduzido no Brasil um sistema de governo ruim, que vive em crise desde a sua implantação. Para atacar a nossa formação cultural e educacional, criada com a República, precisamos de um governo interessado na solução dos problemas, contribuindo para mudar a mentalidade do brasileiro e quando nos referimos ao povo, incluímos aí os dirigentes, os componentes dos Três Poderes: executivo, legislativo e judiciário.
É incompreensível como a elite política brasileira da época, trocou um sistema de governo, a monarquia parlamentarista, que estava dando certo, sem crises políticas, quando o Brasil chegou a ser a quarta economia do mundo, durante o governo de Dom Pedro II, que foi um governante sério, ético e honesto, para adotar o pior sistema, o corrupto Republicando Presidencialista, em 1889, só porque estava dando certo nos Estados Unidos da América, tanto isto é verdade que o nome da nova República era: Estados Unidos do Brasil.
E o pior, o próprio presidente provisório da República, assinou o Decreto nº 85-A, de 23 de dezembro de 1889, proibindo qualquer pessoa de fazer comentário ou referência ao governo de Dom Pedro II, considerando-o como crime de conspiração contra a República e as autoridades republicanas se encarregaram de denegrir a imagem do governo monárquico e da família imperial, culminando com sua expulsão do país.
É por isto, que hoje quando se fala em implantar o melhor sistema de governo, o de monarquia parlamentarista, no Brasil, muita gente, por desconhecimento da história, ou má-fé, logo se refere, com desdém e críticas, aos reinados da história antiga e aos descendentes da família imperial brasileira, esquecendo-se de que as maiores economias do mundo, atualmente, são geridas por este sistema de governo, como Canadá, Dinamarca, Espanha, Holanda, Inglaterra e outros.
Como a nosso ver, a solução depende da educação e da cultura, abordaremos este assunto no último artigo desta série, o próximo.
* Juiz aposentado e advogado em Brasília-DF
** Economista e advogado em Anápolis-GO