Quem paga a conta?

Jornal O Norte
Publicado em 13/08/2008 às 10:18.Atualizado em 15/11/2021 às 07:40.

Wilson Silveira Lopes


Advogado e servidor municipal perseguido


 


Os representantes das esquerdas nos EUA ou em outro qualquer país do mundo, da imprensa aos políticos, quase sempre mantiveram uma preocupação que salta aos olhos, com o destino dos criminosos, esquecendo quase sempre, ou melhor, ignorando e desprezando o destino das vítimas dos criminosos.



No Brasil, entidades defensoras dos direitos humanos e muitas ONGs - estas que vivem à custa do governo, sustentadas muitas vezes por países e grupos empresariais poderosos mundo afora, que nelas investem ora por boa-fé, ora por razões óbvias -, quando se trata da criminalidade, quase sempre e quase todas elas saem na defesa dos criminosos e via de conseqüência contra a polícia, que invariavelmente é acusada de violenta, quando na verdade o que faz (a polícia) é lidar com elementos belicosos que são agentes do tráfico de drogas, da prostituição, assaltos, assassinatos e outros delitos, e que não são coitadinhos nem desprovidos de sorte ou mal nascidos como tentam qualificá-los os seus defensores.   



Examinando certa mídia que costuma dizer a verdade, nos EUA a criminalidade tem declinado nos últimos anos, embora as esquerdas sempre tenham olhos para comparar o custo de manutenção de um criminoso na cadeia com o custo da educação superior e até mesmo reclamar da taxa de aprisionamento de criminosos que tem subido e do índice de criminalidade que tem baixado.



Há algum tempo, dentro do Jornal Nacional da rede Globo, foi mostrado um ex-presidiário que cumpriu pena em uma cadeia americana de segurança máxima, declarou que durante o tempo que passou naquela prisão nunca sentiu o inferno tão próximo de si.



Esse cidadão, que cumpriu a sua pena em uma penitenciária totalmente fechada às mordomias de contato diário com parentes, advogados, jornais, revistas, banho de sol e televisão, certamente, agora livre, jamais desejará praticar novos delitos e estar de volta a uma delas.



Se no Brasil a preocupação de governantes e políticos fosse de fato com o povo, vítima sem trégua dos bandidos, certamente providenciaria o governo a construção de novas prisões e de fortíssima segurança, assegurando ao mesmo tempo investimento de peso na educação em geral, em especial na educação superior.



O governo tem construído alguns presídios, mas é muito pouco diante da criminalidade que toma conta do país, sem contar que hoje é preciso não somente construir cadeias, mas equipar o judiciário e a polícia com tecnologia de qualidade, somando-se a isto inteligência científica e investigativa, que permita a execução do necessário trabalho que lhes compete.



Senão, o preço de trancafiar bandidos continuará sendo muito caro para o governo e principalmente para o povo, que de fato paga a conta!



Criminosos em liberdade podem ter um custo aparentemente barato para os políticos de modo geral, que muitas  vezes preferem gastar recursos públicos que evitariam a liberdade de criminosos, com programas ditos sociais e de outras balelas tais, que eleitoralmente pode beneficiá-los, mas infelizmente trazem no seu bojo o dano financeiro, físico e moral sempre sofrido  por todos nós em face da criminalidade atuante.



Não tenho notícia, estatisticamente, de quanto isto custa a nós brasileiros, mas só para exemplificar, na Inglaterra a notícia do custo total anual do sistema prisional é de 1.9 bilhão de euros, enquanto que o custo financeiro anual apenas dos crimes cometidos está estimado em 60 bilhões de euros.



Do que se lê a respeito, a Inglaterra deixou de ser uma nação fiel cumpridora da lei, superando inclusive os EUA na maioria dos tipos criminais ali ocorridos.



É por isso que penas alternativas, indultos ou livramentos condicionais dados a certos presos terminam resultando quase sempre em fugas, assaltos e outros crimes de natural sabença por aqui.



É de se destacar que a justiça mineira implantou recentemente o monitoramento de presos mediante uso de tornozeleiras, é a chamada liberdade vigiada que se pretende viabilizar através de dispositivo eletrônico, inicialmente pelo sistema IRF – Identificação por rádio freqüência, modificado para o sistema GPS, que abrange uma maior distância na vigilância do preso.   



Como é claro, tal dispositivo só funcionará quando estiver sendo usado. Mesmo sendo usado o dia todo sob monitoramento das autoridades, dito dispositivo não creio que poderá ir além de informar onde se encontra o criminoso, talvez não seja possível também informar o que ele porventura esteja fazendo. Aliás, a modificação de um sistema pelo outro causa sensação de fragilidade do sistema proposto.



Dependendo de como seja implantado, criminosos libertos que não queiram tanta restrição poderão, talvez, remover o dispositivo e se tornarem fugitivos com muito menos risco e problema do que teriam para fugir da prisão.



Não creio que isto será diferente das penas alternativas, indultos ou livramentos normalmente aplicáveis aos presos, tantas vezes – voltamos a dizer - fujões, e que aproveitam o tempo livre para matar a saudade dos crimes que não puderam cometer enquanto estavam trancafiados.



Tomo emprestadas as palavras de Thomas Sowell sobre os dogmas da esquerda que, segundo ele, afirmam: “...que colocar indivíduos na prisão não reduz a criminalidade e que a raiz social do crime deve ser atacada como prevenção, além de que a reabilitação por meio de vários programas na comunidade, é mais efetiva que a prisão de criminosos”.



Se no Rio de Janeiro policiais estão sendo treinados para usar armas não letais, inclusive contra bandidos, enquanto (eles) importam armamentos pesados (das Farcs, seria?) para derrubar até helicópteros da policia, como é possível acreditar nessa malfadada socialização do crime?



Continuo entendendo que o ônus dessas liberalidades prisionais resultará sempre em prejuízo inestimável debitado na conta do povo brasileiro, tanto do ponto de vista financeiro, como do ponto de vista da violência que cada um  sofre ao seu tempo.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por