Leila Silveira Miranda *
Hoje escrevo atendendo a leitora L.C. que me escreve assim:
- Caisei-me apaixonada. Hoje vivo um relacionamento que caiu na monotonia. Você acha que tem jeito de manter a intimidade ou o caminho é a separação?
Prezada leitora, você não foi tão clara, mas tentarei escrever sobre os temas citados acima. Obrigada pela sua participação!
As pessoas hoje já se sentem livres e desimpedidos para, caso queiram, terminar um relacionamento duradouro, sem causar nenhum trauma, ou escândalo social.
Terminar uma relação ficou na realidade mais fácil do que mantê-la nestes tempos modernos de liberdade de expressão e de escolhas.
O X da questão é sentir, perceber, descobrir o momento exato que devemos tomar esta decisão, o clique, o estalo, que nos faz acordar de um sono inquieto, desconfortável, ao qual ficamos acostumados e acomodados durante meses ou anos...
Parece simples, mas não é fácil...Por inércia, comodismo e rotina, tendemos sempre a preservar nossos relacionamentos adiando decisões, arrumando desculpas, para justificar o status-quo.
Por outro lado existe o modismo, o escapismo, a futilidade, a falta de garra e compromisso para levar adiante um projeto a dois, de tentar construir uma família, de crescer, prosperar, educar os filhos e envelhecer juntos e felizes.
Hoje em dia há um certo exagero e despreparo para assumir a união e qualquer dificuldade pode ser motivo para a separação.
Penso que antes de uma separação é importante refletir sobre a diferença entre a paixão e o amor.
Quando estamos experimentando a paixão parece que algo, mais forte que nossa própria vontade nos domina totalmente. Como tudo que é exagerado, vai-se embora rapidamente da mesma forma que apareceu...
Quando, no entanto, experimentamos o amor, é uma ação consciente, é real e permanente. Mas como amar é um verbo precisamos continuamente praticá-lo.
A manutenção desta intimidade deve ser, um esforço diário, dedicado e perseverante. Só assim conseguiremos continuar a desfrutar de momentos divinos e gozar desta sensação maravilhosa no nosso dia-a-dia.
A medida exata de um bom e saudável relacionamento é:
Ser leve como a brisa...
Suave como um perfume ...
Terno como um afago...
Posso afirmar com certeza que a separação não ocorre assim de uma hora para outra. Ela começa dá sinais...Precisamos, no entanto, estar atentos e perceber estes avisos e se necessário buscar ajuda profissional. A monotonia que você diz sentir pode ser o sinal amarelo. Se este relacionamento é significativo para você, vá a luta antes que o vermelho te atropele.
O primeiro passo é abrir francamente o dialogo, colocar as cartas da mesa e estar preparada para ouvir as queixas do parceiro.
A partir daí formule uma estratégia comum que vai desde uma viagem de férias, um final de semana sozinhos e a vontade de continuar juntos.
É preciso relembrar os bons momentos e entender que relacionar é um aprendizado constante e que um obstáculo não significa o fim da relação, mas um alerta para ser retomado num patamar mais elevado, frente ás novas necessidades do casal.
Boa sorte!
* Psicóloga, professora do Isemoc/ Funorte
leilasilveira@bol.com.br