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Sexta-Feira,18 de Outubro

Psicologia: ousar no amor - por Leila Silveira Miranda

Jornal O Norte
11/04/2007 às 10:05.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:01

Leila Silveira Miranda

As pessoas que se apaixonam e iniciam um relacionamento cujo objetivo maior é o prazer são os mais propensos a sofrerem. Depois de algum tempo pode iniciar as insatisfações, as frustrações, as cobranças, a rotina, o tédio, que acumulados se transformam em “crises”. O que caracteriza uma “crise” afetiva é o afastamento entre os parceiros. Conviver com alguém que amamos é o mesmo que comprar um imenso espelho da alma, no qual cada um dos nossos movimentos é mostrado, sem a mínima piedade. E é aí que começa a nossa tortura, porque ao invés de encarar-se e de ver a imagem temida do verdadeiro “eu”, tenta-se quebrar o “espelho”, fugindo da intimidade, não assumindo as próprias responsabilidades na relação e desacreditando no amor.

Após a liberação sexual dos anos 60 e 70, vem ficando cada dia mais fácil e comum pessoas se encontrarem para relacionamentos ocasionais em que aliviam as tensões e proporcionam momentos agradáveis. Durante alguns períodos da vida isso pode ser agradável e em outros pode provocar “ressaca sexual” e vazio existencial.

Amar e ser amado é sem dúvida o maior desejo do ser humano.  Mas como construir um relacionamento  duradouro e feliz?

Só se pode viver um relacionamento duradouro quando ao invés de eu e você, fala-se nós. Isto só é possível quando as pessoas envolvidas desejam coisas parecidas. Se um quer casar e o outro quer curtir , caia fora! Isto não dá certo nunca. E só se pode falar de amor permanente ao  descobrir que tudo que é duradouro tem que ser renovado. E para que seu amor se renove sempre você deve lembrar se de fazer tudo que fez , falou e curtiu no momento da sedução, coisas aliás que vamos esquecendo de fazer após a conquista. Para quem quer  nutrir um relacionamento duradouro é preciso olhar e procurar coisas certas. Há determinados sinais de advertências no relacionamento que podem indicar que você precisa enfrentar um problema imediatamente, antes que escape ao controle. A primeira fase de desafios é quando você começa a sentir resistência. A resistência ocorre quando você desaprova, se irrita ou sente-se um pouco afastado da outra pessoa. Pode ser que ele(a), disse e/ou fez algo que o(a) incomoda e que gostaria que não tivesse dito ou feito. O maior problema é que a maioria das pessoas não se comunica quando experimenta um senso de resistência e assim a emoção cresce até se transformar em ressentimento, sendo que o mesmo destrói a emoção de intimidade, e isso é um padrão destrutivo num relacionamento que se não for contido se transforma em rejeição. Nesse ponto procura-se meios para magoar a outra pessoa, pode atacar  em termos verbais ou não verbais. Nessa fase você começa a ver tudo o que ele(a) faz como irritante ou importuno. É aqui que ocorre não apenas a separação emocional, mas também a separação física. Se deixarmos que a rejeição continue, passamos para a repressão, que é quando você se cansa de lidar com a raiva e tenta reduzir a dor com a criação do torpor emocional. Evita qualquer dor, mas também evita a paixão e o excitamento e começa a perceber qualidades e atração em outras pessoas...

E o que fazer caso esteja ocorrendo? Qual é o meio de prevenir isso? A primeira coisa é estabelecer uma comunicação clara e objetiva. Cuide para que ao invés de cobrar, comece a demonstrar o que você quer. Em vez de dizer “Não suporto quando você faz isso!”, diga “Eu prefiro que você faça isso!” Desenvolva interrupções de padrão de comportamento para evitar o tipo de discussão em que nem pode mais lembrar a causa, e sabe apenas que precisa vencer. Outra coisa é romanciar o amor, ter sonhos e fantasias juntos, enviar bilhetinhos, dar um presentinho (não implica em coisas materiais de alto valor), surpreender o par. Outra é romper com a co-dependência emocional , delegando ao outro a responsabilidade de lhe fazer feliz e de ser seu único objeto de amor e sua única razão de viver. Uma das características essenciais para viver uma relação gratificante é a ousadia, aquela capacidade de arriscar, como dizia Eric Fromm: amar é entregar-se completamente, com a esperança de que nosso amor produza amor na outra pessoa.

DICAS PARA OUSAR NO AMOR

* Faça com que seu relacionamento seja uma das maiores prioridades de sua vida, caso contrário, ficará em segundo plano para todas as outras coisas que são urgentes durante o seu dia. Pouco a pouco, o nível de intensidade e paixão vai se dissipar.

* Focalizar cada dia para melhorar em vez de focalizar o que poderia acontecer se terminasse. Devemos lembrar que vamos experimentar tudo o que focalizamos. Se constantemente focalizamos o medo de que um acabe, começamos a fazer, de forma inconsciente coisas para sabotar o relacionamento.

* Jamais diga: “Se você fizer isso, eu vou embora”; “nós dois não damos certo!” Nós dois não vamos acabar juntos”. O simples fato de fazer essa declaração cria a possibilidade e induz um medo desestabilizador nas duas partes.

* Todos os dias, reassocie-se a tudo o que ama na pessoa com quem mantém o relacionamento. Renove os sentimentos de intimidade e atração, lembrando sempre das características que você aprecia  em seu par. Tome-se plenamente associado ao privilégio de partilhar sua vida com essa pessoa, sinta o prazer com intensidade, e sempre o enraíze no sistema nervoso.

* Empenhe-se numa busca incessante de meios para surpreender  ao outro. Se isso não acontecer, o hábito vai se instalar.

* Planeje saídas noturnas juntos, de preferência uma vez por semana ou no mínimo duas vezes por mês.

* Não deixe de dar um grande beijo (de língua) todos os dias. O beijo mantém a paixão acesa.

* Abandone as crenças “de que o amor é complicado”; “de que a vida a dois é difícil” .

* Procure e crie momentos especiais, e seja muito feliz. Você merece.

Participe dando sugestões de temas ou fazendo perguntas. Envie para o e-mail leilasilveira@bol.com.br.

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