Leila Silveira Miranda
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Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) são considerados o mais novo problema de aprendizagem e atual transtorno psíquico infantil mais estudado. A sintomatologia principal é a desatenção, hiperatividade e impulsividade da criança.
A prevalência do Déficit de Atenção e Hiperatividade está entre 3% e 5% em crianças em idade escolar, e costuma ser mais comum em meninos do que em meninas. Em adolescentes de 12 a 14 anos, pode ser encontrada numa prevalência de 5,8%. O TDA ocorre em graus variados de intensidade e de diferentes tipos: TDA sem hiperatividade, e do tipo combinado, TDA com hiperatividade.
A característica essencial do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um padrão persistente de desatenção, hiperatividade e alguns sintomas hiperativo-impulsivos que causam prejuízo ao relacionamento interpessoal.
A desatenção, pode tanto manifestar em situações escolares, profissionais ou sociais. As crianças com este transtorno são facilmente distraídas por estímulos irrelevantes e habitualmente interrompem tarefas em andamento para dar atenção a ruídos ou eventos triviais, esquecendo-se dos compromissos marcados. Normalmente dão à impressão de estarem com a mente em outro local, ou de não estarem escutando o que está sendo dito, além de não dar muita atenção a detalhes e cometer erros por falta de cuidados nos trabalhos escolares ou em outras tarefas. Essas crianças freqüentemente não atendem a solicitações ou instruções e demonstram dificuldade em completar os trabalhos escolares, tarefas domésticas ou outros deveres. Normalmente é visto como alguém que vive no “mundo da lua”, do tipo meio “desligado”.
A hiperatividade pode se manifestar por inquietação psicomotora excessiva e agressiva ou remexer-se na cadeira, por não permanecer sentado quando deveria, por correr ou subir excessivamente em objetos , quando isto é inapropriado, por dificuldade em brincar ou ficar em silêncio em atividades de lazer, por freqüentemente parecer estar “a todo vapor” ou “cheio de gás” ou por falar em excesso.
Os atos impulsivos dos TDAH podem ir dos triviais aos extremamentes perigosos, que comprometem a integridade física da pessoa.
Os bebês e pré-escolares com este transtorno, diferem de crianças ativas, por estarem constantemente irrequietos e envolvidos com tudo à sua volta; eles andam para lá e para cá, movem-se “como se fossem movidos à pilha”, sobem ou escalam móveis, correm pela casa e têm dificuldades em participar de atividades em grupo durante a pré-escola.
Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as demais conexões com o resto do cérebro, onde ocorre falta de dopamina e seus neurotransmissores, sendo, portanto erros genéticos.
As fraquezas dos pais na criação de um filho não farão com que ele tenha TDAH, mas se você tem um filho com TDAH, com certeza à vida exigirá muito mais de você do que de outros pais.
Quanto antes o diagnóstico melhor. Acontece que algumas famílias protelam muito o tratamento por preconceito e razões culturais, por razões familiares ou por puro desconhecimento da doença. A psicoterapia pode ser de grande ajuda aos pais, uma vez que há pesquisas que mostram que casais com filhos hiperativos brigam mais do que outros casais. De qualquer maneira, a maioria dos pacientes acaba procurando um médico, tão logo a professora reclame do rendimento escolar da criança.
Portanto, o tratamento começa por ocasião da idade escolar, e deve permanecer até o início da adolescência (11-13 anos). A questão mais importante no tratamento é o reconhecimento e aceitação da família, não só para o bom desenvolvimento da criança e maior conforto dos pais.