Leila Silveira
Posso garantir para vocês... Eu e todos aqueles que já experimentaram fazer uma regressão até o útero materno (técnica inventada nos anos 60) pode descobrir que todo bebê O-D-E-I-A nascer, e desta negação (resistência) é que nasce as “dores do parto”, que na realidade é uma real provação para qualquer mulher que decida encará-lo sem o conforto atual das anestesias e cesarianas de plantão. Basta refletir sobre o fato (talvez o mais marcante de nossa vida) e suas conseqüências para perceber que contrariado profundamente nosso desejo e bem estar, chegar à vida só pode mesmo ser emoção e alegria para os familiares e amigos... A comemoração do bebê é com muito choro e ranger de dentes...
Diante de tal desastroso começo e uma interminável onda de influências, crenças e exemplos nem sempre muito inspiradoras é natural que está criança, adolescente, adulto desenvolva padrões negativos durante sua educação que impedem de ter uma visão positiva do mundo, da realidade... O resultado é uma existência confusa, uma ótica míope, uma crescente superstição e uma séria candidatura à depressão e infelicidade!
Através desta série de artigos chamo a atenção com todas as letras maiúsculas para o desenvolvimento de um modelo de gestão de felicidade... Acredito que como qualquer outro projeto, sua busca deve ser planejada, estudada, monitorada, e alavancada sob pilares científicos e abordagens psicológicas facilitadoras...
Não se trata de um empreendimento simples e muito menos irrelevante, ao contrario é (deveria ser) o principal objetivo de nossa missão transitória por este plano.
Assim é preciso que a gente conheça pelo menos os fundamentos da antropologia/psicologia, especialmente os principais componentes de nossa mente, suas características e funcionamento, para entender melhor a dinâmica do pensamento, das motivações, das sensações e emoções humanas.
O chamado “temperamento” está ligado às motivações básicas e sensações automáticas no âmbito emocional, e atende pelo popular nome de “gênio”.
Gênio ou temperamento é realmente o tempero, o molho, o “swing” de cada um. Uns são doces, outros amargos, alguns picantes, muitos saborosos, uns tantos agressivos.
As pessoas da mesma forma que não escolhem o seu signo, também “herdam” o temperamento que expressa o jeito natural de cada um, o instinto predominante. Uns são fogosos, outros “aéreos”, alguns tímidos e outros tantos melancólicos.
Já o caráter tem a ver mais com as nossas experiências e a interpretação que damos a elas, moldando assim o nosso jeito próprio de ser.
Como numa obra de arte (o que na realidade todos nós somos) o temperamento é o estilo, os traços, os contornos e o caráter sua moldura.
Este conjunto se interage e se completa formando o que chamamos de personalidade.
Entender estes arquétipos e perceber sua vital importância na nossa maneira de ser e no nosso humor ajuda bastante para compreender nossas dificuldades, limitações, pontos fortes e fracos.
O humor, principalmente, é o grande artífice ou vilão nesta história toda e nele devemos investir toda a nossa criatividade, toda a nossa energia, toda a nossa competência.
Voltando a metáfora da tela, o humor representa a variedade das cores, os requintes de estilo, as nuances de tonalidades e matizes.
Sem o humor nossa TV fica branco-e-preto!
O que caracteriza o humor “saudável” é a adequação ao uso, conhecida pelos especialistas em qualidade como conformidade.
É natural, portanto, dias e meses de tristeza durante o período de luto pela perda de um ente querido... Porém um estado melancólico muito prolongado por anos a fio já é uma indicação suficiente de algum transtorno psicológico com necessidade de intervenção terapêutica. Portanto conhecer bem o seu temperamento, analisar seu tipo de humor e aprender a lidar com estes espectros psicológicos e suas possíveis armadilhas, constitui o nosso desafio e justifica nossa preocupação de defender a necessidade de criarmos um sistema próprio de gestão que nos auxilie a desvencilhar dessas amarras, nos livre das soluções imediatas como as drogas, e nos dê as ferramentas adequadas para entrar nessa briga com postura altiva de quem têm reais chances de proclamar vencedor!
Lapide sua personalidade!
Valorize suas qualidades e competências!
Evite pensamentos radicais (tudo ou nada) e fuja das generalizações (nunca ou sempre).
Não tire conclusões precipitadas...
Não rotule...
Não se faça de vítima!
Não veja só o mal nos outros...
* Psicóloga, professora do Isemoc/ Funorte
leilasilveira@bol.com.br