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Terça-Feira,24 de Dezembro

Psicologia: Criança interior - por Leila Silveira Miranda

Jornal O Norte
Publicado em 13/06/2007 às 10:54.Atualizado em 15/11/2021 às 08:06.

Leila Silveira Miranda *



A casa foi comprada com uma bela entrada e mais 12 prestações fixas. Quitada a 7ª prestação, faltam ______________________ (preencha com uma expressão).



Você, ao preencher a lacuna acima em qual grupo se enquadra? Pertence a parada otimista que completou a frase com um advérbio “somente”, ou “apenas” ou simplesmente “só mais” cinco parcelas? Ou ainda sofre com o grupo oposto que ainda contempla o peso do “ainda” faltam mais cinco!



Quando sobe uma ladeira, olha para  cima para ver ainda quanto falta ou contempla abaixo todo o percurso já atingido, sentindo vitorioso(a) ?



Quando olha um copo de água até a metade pensa no copo “meio-cheio” (fartura) ou “meio-vazio” (escassez).



Quando recebe a nota da prova comemora os 9 pontos obtidos ou se desespera por ter errado uma questão tão simples que a impedia de tirar a nota máxima?



Se a realidade objetiva é a mesma (a divida, o copo, a nota, a ladeira) porque temos reações diversas, opostas mesmo?  O que nos leva a “enxergar” ,  a “ perceber” a “sentir” emoções distintas diante de um mesmo episódio, de um mesmo cenário?



Porque alguns se sentem meio assustados ao simples tilintar da campanhia da porta ou ao soar do telefone, enquanto outros (geralmente crianças) correm alegres para atender na expectativa de uma boa novidade?



A verdade é que à medida que crescemos e nos tornamos adultos vamos incorporando medos, frustrações, complexos, neuroses, perdas, decepções que começam a minar as crenças da “criança interior” que vive dentro de nós, alegre, otimista, feliz, saudável por idéias “adultas” negativas, marcadas pela dúvida, pela ambigüidade, pela incerteza.



Sufocamos nossa criança interna ao deitar de sentar um minuto no banco da praça, ao deixar de admirar um casal se beijando, ao não colher uma flor que se depara em nosso caminho.



Sua criança interior chora por não se dar tempo de “rolar” no tapete com seus filhos, por não brincar, não dançar e não sentir feliz da vida com as coisas simples da vida.



Há quanto tempo não chega molhado em casa porque decidiu “sentir a chuva”? Lembra-se ainda do gosto da fruta colhida diretamente de seu pé? E os banhos de rio ?  A pescaria, o acampamento? A caixa de ferramentas esquecida em algum lugar lembra os tempos em que vibrava com pequenos reparos domésticos ou no automóvel de seus pais?



Se algum destes exemplos te tocou, se você se viu nitidamente em alguma destas situações, ou se identificou em alguma dessas histórias, é sinal que sua “criança” pede socorro, se debate por falsas crenças pessimistas, que lentamente vão minando sua alegria de viver.



Acredite nesta experiência , como uma oportunidade de resgatar sua criança deste “ auto-sequestro”, desta “auto-condenação”, julgada e condenada por suas equivocadas idéias, por seus pensamentos a respeito de si mesmo(a) e da vida.



Dê uma chance a sua criança interior. Liberte-a!. Não vai lhe custar nada ! Apenas o esforço , a disciplina, à vontade, a ousadia de mudar sua cabeça, abrir suas defesas, expressar seus sentimentos, liberar suas emoções, desapegar de seus medos e disfarces.



Ainda é tempo. E vale a pena!!!



Liberte-se...!


 


Participe você também dando sugestões de temas ou fazendo perguntas.



* Psicóloga, professora do Isemoc/ Funorte


leilasilveira@bol.com.br

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