Leila Silveira Miranda *

Atendendo pedido de um leitor de nossa coluna, chamado Wagner, falaremos hoje sobre a  importância do colaborador dentro da organização, um fator que ele acredita ser relevante para as organizações, mas que acha pouco valorizado por uma maioria.

A co-laboração que é sinônimo de co-operação, indica o seu significado mais amplo, sua principal aplicação, no ambiente em que se insere o ser humano, que é sem duvida o universo do trabalho, do fazer, do construir, do labor.

Contrariando todas as previsões “high teck” (que previam a substituição total ou parcial do homem pelas modernas máquinas e computadores),  e a despeito de toda a evolução tecnológica que construímos, esta palavrinha continua  cada vez mais em moda, com pequenas nuances é bem verdade, às vezes disfarçadas de certos modismos, mas exercendo uma influencia marcante no mundo atual das empresas e dos negócios.

O “pulo do gato” está justamente no envolvimento e participação do capital humano...

Na verdade por razões competitivas e até de sobrevivência a maioria das empresas adotou ou planeja adotar o regime de fabricação denominado “lean”, uma espécie de manufatura “enxuta”, que consiste na adoção de processos cada vez mais simplificados mas nem por isto menos eficazes. Ao contrario esses processos estão inseridos numa atmosfera de “melhoria continua” que a cada dia o diferencia e tonifica com novas idéias e aperfeiçoamentos.

O “pulo do gato” está justamente no envolvimento e participação do capital humano, em todos os níveis, cada dia mais comprometido na medida que lhe é delegado o autocontrole.

Nesta era moderna das telecomunicações, dos satélites, da Internet, da globalização, estamos re-descobrindo antigos valores, precipitadamente descartados, que retornam revitalizados na medida estabelecem um contraponto emocional, desenvolvem defesas naturais contra a contínua alienação do trabalhador moderno, amortecendo os jogos ambiciosos de poder que permeiam a maioria de nossas Organizações. Em um momento onde as relações de trabalho estão passando por transformações, onde as empresas que mais contratam são as empresas de trabalho temporário, a sua carreira profissional merece que cada um dê o seu melhor. Nada menos do que isso. Para crescer é preciso manter um nível de desempenho, o que não significa a mesma coisa que uma carga horária cheia de horas extras. A questão é sempre pensar em cada trabalho de uma forma especial. Em que pode ser melhorado? Existe alguma maneira de fazer mais rápido ou mais barato? Onde você realmente possa colaborar para aexistencia de sua empresa e conseqüentemente sua.

Não é à toa que florescem em todo o mundo “cooperativas” de todo o tipo, ONG’s sem fins lucrativos, sem falar no avanço  fantástico do “voluntariado” crescente em todos os cantos do mundo , especialmente nos paises mais desenvolvidos.

Em algumas empresas ocorrem movimentações semelhantes, com a crescente onda de benefícios e “participação nos lucros”, disseminação dos programas de qualidade e motivacionais, onde cresce a figura do “facilitador”.

A co-laboração leva a um crescimento individual, aumenta  a cumplicidade do time, criar a sinergia para superar todos os obstáculos...

Podemos de fato afirmar que, cada vez mais , a disponibilidade, a predisposição e o engajamento nas tarefas de cooperação e treinamento, será um requisito cada dia mais valorizado em todos os funcionários, que deverão ser passados a chamar de co-laboradores.

A co-laboração leva a um crescimento individual na medida que nos exige maior abertura e exposição, mas também agrega valor coletivo na medida que aumentando  a cumplicidade do time, acaba por criar a sinergia necessária para superar todos os obstáculos encontrados pela frente.

A dificuldade que muitas pessoas têm em cooperar , em se abrirem em atitudes espontâneas de ajuda recíproca , isolando-se em seu próprio trabalho, e privando as demais pessoas de  compartilhar conhecimentos e experiências que domina, é hoje uma das principais preocupações do mundo do trabalho.

Mesmo no campo da ciência não há mais lugar para o chamado “professor Pardal”, aquele profissional competentíssimo mas que não divide nada com ninguém, que só sabe trabalhar sozinho.

Creio que a raiz para esta dificuldade de entrosamento e partilha , este aparente “egoísmo” , se encontra nos diferentes medos que cultivamos ao longo de nossa existência e trajetória, e que merecem serem reciclados, permitindo sua substituição pelo oxigênio da confiança e do desprendimento, que devem caracterizar cada vez mais as relações de trabalho nesta nova era que estamos iniciando neste novo milênio.

Para tal segue algumas dicas:

Transforme seu trabalho em uma grande diversão. Nossa performance é melhor quando nos divertimos naquilo que fazemos. A rotina é algo que inibe a criatividade, então temos de criar uma rotina diferente.

Use o bom-humor e de tempos em tempos pense em criar desafios novos. Não precisa esperar uma ordem do seu chefe, seja pró-ativo, alto-astral e busque novas maneiras de executar aquela tarefa. Como um jogo, crie estímulos para melhorar a qualidade de seu trabalho. 

Acredite na força da equipe. Delegue mais e demonstre confiança na pessoa que recebeu determinada tarefa. Acompanhe o trabalho de perto e esteja sempre de portas abertas para receber sugestões. Faça com que todos se sintam úteis no trabalho, verdadeiros membros de uma equipe. Respeite a individualidade e procure conhecer e destacar os pontos fortes de cada pessoa. Hierarquia existe desde que o mundo é mundo, mas cada um de acordo com seu potencial pode fazer a diferença no conjunto.

O elogio é uma poderosa arma para a motivação da co-laboração.As pessoas não são movidas apenas a recompensas materiais, mas, também, pelo reconhecimento e admiração ao bom trabalho realizado.

Obrigado pela participação.

* Psicóloga, professora do Isemoc/ Funorte


leilasilveira@bol.com.br

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