Prognósticos ainda inseguros

Por Manoel Hygino

Jornal O Norte
Publicado em 09/04/2014 às 05:51.Atualizado em 15/11/2021 às 16:48.

*Manoel Hygino

Até agora, a maior vantagem da realização da Copa do Mundo 2014 no Brasil foi escancarar a conhecimento geral nossas imperdoáveis deficiências. Se o propósito das autoridades brasileiras foi explicitar o panorama de um país precário, mergulhado em demandas de toda espécie e de protestos populares, tiveram amplamente alcançado seu objetivo.

A Fifa, que se enganou ao atribuir-nos a localização do campeonato, tem feito críticas e reparos à organização da Copa, quando sequer os estádios foram devidamente concluídos para uma competição dessa grandeza. A Federação deu a mão à palmatória. Afirmou, todavia, que resolveu tirar da internet a reportagem em que dava dez conselhos para os visitantes evitarem problemas em julho. A entidade internacional explicitava, entre outras coisas, que o Brasil é um país que não respeita a pontualidade, deixa para fazer tudo de afogadilho e o povo sequer quer se submeter a filas.

Diante de protesto em praticamente todos os Estados, e quando as polícias não conseguem conter a atual onda de violência disseminada, é impossível saber o que acontecerá de agora até o sétimo mês.

A Fifa não disse, mas todos sabemos, que o Brasil é o pior em retorno de imposto à população, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, ao comparar 30 países com maior carga tributária do mundo em relação ao PIB. A retribuição dos impostos é baixíssima em termos de serviços de qualidade. Nosso país fica em 30º lugar, atrás da Argentina e do Uruguai. Em decorrência, não há porque se gabar da qualidade de vida oferecida à sociedade.

Há, pois, motivos para não se esperar muito de especialmente gratificante nos próximos meses. Outro dia, uma publicação francesa assinalava que, se nossa carga tributária é altíssima, os serviços públicos são péssimos, comparáveis aos do Congo.

Diante dos fatos, registre-se que o governo brasileiro gastou 400 milhões de euros na compra de armas visando manter a paz durante a Copa.

Mas, simultaneamente, a morte violenta ronda as pessoas e famílias, os bandidos continuam roubando caixas eletrônicos, as Forças Armadas foram chamadas para impôr a ordem na Maré. Mata-se nas ruas e nas estradas, e há os que defendem a pena capital.

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