Prêmios da Copa

Por Janaína Oliveira

Jornal O Norte
Publicado em 07/07/2014 às 22:41.Atualizado em 15/11/2021 às 16:53.

*  Janaína Oliveira

A oportunidade de conhecer – e escutar – gente de tudo quanto é lugar do planeta já é um dos maiores prêmios desta Copa do Mundo no Brasil. Os cerca de 600 mil estrangeiros fizeram e ainda fazem do país uma espécie de Torre de Babel, onde, com satisfação e generosa dose de boa vontade, todo mundo parece se entender e aprender.

Nas minhas várias idas a trabalho à Savassi, escolhida como palco por torcedores das mais diversas nacionalidades, aproveitava a ocasião para perguntar sobre impressões dos estrangeiros a respeito do Brasil e dos brasileiros. Insistia para que eles me contassem algo que achassem curioso. Como resultado, relatos campeões.

Norte-americano filho de paquistaneses, Afzal Ali disse que ficou surpreso ao ver um garoto, em pleno dia de jogo da Seleção Canarinho, vendendo bandeirinhas no sinal de trânsito. Indignado, tentou estabelecer um contato com o menino. Acabaram se entendendo. Ali perguntou quanto custava toda aquela mercadoria e deu a ele o dinheiro correspondente.

“Agora vá brincar, vá jogar bola”, disparou. “Não há razoabilidade no fato de crianças estarem trabalhando. Isso fere a alegria da Copa”, confidenciou-me.

Para o belga Marc Peemans, estranho mesmo foram as babás, geralmente negras, sempre vestidas de branco e cuidando das crianças nos restaurantes, enquanto os pais divertiam-se à mesa, com direito a comida farta e caipirinha, que ele por sinal adorou.

Já um alemão, que sinto por não ter tido o cuidado de guardar o nome, contou que lhe causou estranheza ver que prédios no Brasil possuem elevador social e de serviço. “Pra quê? Não vivemos numa sociedade igual?”, questionou. É, mesmo jogando o complexo vira-lata pra escanteio, admito que seu pensamento é um gol de placa...

Mas também ouvi elogios. O francês Batist Martin admirou-se com a educação e simpatia dos nossos garçons, tão diferentes dos sisudos e sistemáticos profissionais franceses. Ainda bateu palmas para a amabilidade do povo brasileiro e para o hábito de escovar os dentes após a refeição. Lá, um chicletinho resolve. Nessa partida, 2 x 0 pra nós!

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