Pintou uma troglodita

Jornal O Norte
Publicado em 22/01/2010 às 09:50.Atualizado em 15/11/2021 às 06:18.

José Wilson Santos


zewilsonsantos@hotmail.com



Putzgrilo!



Não é que pintou uma feminista no pedaço? Melhor, no e-mail?



Mas a mulher é uma troglodita. Receio que vá precisar de mais de uma cartela de prestobarbas. Tudo indica que não é só o suvaco da casca de ferida que nunca viu uma lâmina.



Ôrra, meu!



A mulher desancou o Degas aqui sem dó nem piedade, só porque eu disse, dia desses, da minha vontade de pesquisar uma feminista como última tentativa de encontrar o tal Ponto G, que os ingleses negam de pés juntos que exista.



A troglodita me mandou procurar o tal Ponto G na mamãezinha. Pode um trem desse?



A  veinha nem sabe das minhas desventuras nesse minifundio de papel.



Subi nas tamancas com R., Índio Velho. Respondi na chincha: – se você botar minha mãe no meio, eu boto no meio da sua.



Fedeu biba, mas entre mortos e feridos escapamos os dois. Eu acho.



R. disse que não suporta homem metido a besta, razão pela qual está sozinha, livre, leve e solta até hoje, 39 anos depois que chorou pela primeira e única vez, ao vir ao mundo.



Eta que quá!



Uma ova. Aposto três contra um que não apareceu um único cristão disposto a procurar o tal Ponto G lá dela.



Mas isso são águas passadas. Acho que R. e eu começamos com o pé esquerdo, em que pese eu ser canhoto de pé e mão. Não quero milindrar a bichinha, tadinha, porque todos temos o direito de fazer escolhas, optar pelo que é melhor pra gente, pra nossas vidas.



E talvez feminista seja apenas uma mulher politicamente incompatível com fogão, escovão, máquina de lavar, ferro (de passar roupa!), essas coisas essenciais ao dia-a-dia.



Assim, levanto a bandeira branca e convido R., aqui, de público, a discutirmos pessoalmente o assunto em companhia de umas cervejinhas espertas e uma carninha de sol de dois pelos com mandioca.



Quem sabe assim não desfazemos o que acho ser um puta mal entendido, que a impessoalidade do computador só favorece.



Saiba, R., que não guardo mágoa de mulher. Só calcinha, quando vem ao caso, naturalmente.



Aliás, já que um assunto puxa outro: feminista usa calcinha tipo fio dental, que valoriza a abundância e faz a gente perder o cabeção?



(Desculpe, não resisti).



Seguinte, R.: o convite tá de pé. Pode escolher o território, o barzinho, o restaurante, o motelzinho. E já que ocê é feminista, rachamos a despesa.



Mas atenção: primeiro, conversamos. Depois, se for o caso, pesquisamos.



Porque se não for o caso ligo pro meu amigo dom Clóvis, phd em mocréia, feminista ou não.Dom passa a régua em qualquer trem que use calcinha.



Tão tá, então?

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