Perdoa-me  por me traíres

Jornal O Norte
Publicado em 06/06/2011 às 09:10.Atualizado em 15/11/2021 às 17:29.

Valmore A. de Souza (*)



Pois Eu, em nome próprio, e no exercício de, pelo menos, minhas faculdades de discernimento, então de forma lúcida, decido me denunciar por alta traição aos interesses da Obra coletiva. Acuso-me de omissão diante das ambições individuais, de poder pelo poder, por parte dos líderes eleitos na construção do Castelo.



Pois vi esses líderes – antes nossos companheiros, soldados fiéis nas votações do Conselho e na escuderia do destino do Castelo - começarem a burlar a segurança sob o manto da noite, quando a guarda cochilava, para usar a nossa confiança na satisfação de seus caprichos em comércio clandestino.



Pois esperei até ver, derrotado um a um, os milicianos veteranos abandonando o Castelo, quando se tornou tão comum o amanhecer com mercenários disfarçados entre a Milícia,  as assembleias do Conselho aprovarem as infidelidades dos líderes, e   este órgão não mais cumprir a sua função.



Pois, contudo ainda compactuo com os ajudantes de ordens, que continuam reunindo o Conselho, mas agora num rito, para manter a ilusão daqueles milicianos que não bateram em retirada.



Pois, enquanto o inimigo, ombreado por aqueles companheiros, à luz do dia, porque já não precisam se esconder, marcham ostensivamente, hasteando bandeiras estilizadas com as marcas promíscuas, para a tomada do Castelo, ainda  estamos vivos. Indignamente vivos!



Pois então peço que me julgue antes da batalha final. Se eu for condenado, os milicianos  retornarão, para salvar o Castelo.


 


(*) Sociólogo e assessor sindical

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