* Alexandre Simões
No último final de semana, teve início alguns dos principais campeonatos estaduais do Brasil e a Copa do Nordeste, que volta a fazer parte do calendário da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para que José Maria Marin tenha paz no comando da entidade, que até o ano passado era dirigida por Ricardo Teixeira.
A volta da Copa do Nordeste, uma decisão acertada, me faz recordar da Copa Sul-Minas, que teve apenas três edições e acabou por questões políticas.
A última disputa, em 2002, foi recheada de jogadores que disputaram a Copa do Mundo do mesmo ano, na Coreia do Sul e Japão, como Gilberto Silva (Atlético), Edílson e Sorín (Cruzeiro), Kléberson (Atlético-PR) e Anderson Polga (Grêmio).
Além disso, o torneio reuniu os dois campeões do Brasil do ano anterior, pois o Atlético-PR havia conquistado o Campeonato Brasileiro, e o Grêmio, a Copa do Brasil, em 2001.
O sucesso da competição era evidenciado pela presença de público nos estádios, bem diferente do que acontece nos estaduais de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Me recordo perfeitamente de uma entrevista que fiz com Alexandre Kalil, na época comandante do futebol atleticano, em que ele relatava toda a revolta pelo fim de uma competição que gerava receita aos clubes e os preparava de uma forma bem melhor para as grandes competições, pois o nível técnico era elevado.
Diante da volta da Copa do Nordeste, talvez fosse hora de os dirigentes mineiros levantarem a bandeira pela volta da Copa Sul-Minas. Com arenas modernas como Independência e Mineirão, com certeza o resultado financeiro seria ainda melhor do que o alcançado entre 2000 e 2002.
O desequilíbrio do futebol brasileiro começa pela força do Campeonato Paulista. Além dos quatro grandes, o torneio reúne outras equipes tradicionais e com poderio econômico.
Até o Campeonato Carioca é um teste muito superior aos outros estaduais, pelo grande número de clássicos disputados, numa fórmula que tem três finais dentro de uma mesma competição, pois o torneio tem a Taça Guanabara (primeiro turno), a Taça Rio (segundo turno) e a decisão do título, entre os dois ganhadores de turnos.
A volta da Copa Sul-Minas seria para Minas, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina a chance de crescimento técnico e de arrecadação maior com televisão, patrocínio e bilheteria.
*Escreve no jornal Hoje em Dia