*Eduardo Costa
Sabe aquela velha – e desagradável – brincadeira de que Deus, ao fazer o mundo, teria dito em relação ao Brasil “vou livrar esse país de terremotos, maremotos e outras tragédias naturais, mas, em compensação, vocês verão o povinho que colocarei lá”?.
Conheces a recorrente lembrança de que, quando veio para o Novo Mundo em busca de aventuras e descobriu o Brasil, Pedro Álvares Cabral se fez acompanhar de ladrões, deserdados e outros desajustados que Portugal queria expurgar de qualquer forma?
Bem, em relação a Deus, vamos respeitá-lo. No que diz respeito aos patrícios “descobridores”, uma coisa é certa: a ocupação do Brasil já começou com a violência dos mais fortes contra os mais fracos, aí incluindo extermínio, abuso sexual e injustiça. E, de lá pra cá, parece nossa sina – ou seria carma? –, mas a gente não consegue passar um dia sem raiva por conta de ladrões, exploradores ou incompetentes na administração pública.
Mas, de todas as frases feitas, a melhor só ouvi uma vez, de um amigo. Disse ele, irritado com o clube de futebol do coração: “O Atlético é como o Brasil; tão grande, tão forte, tão querido que não conseguem acabar com ele, por mais que tentem”.
De fato, quando a gente dá uma olhada na história brasileira, quando espia o nosso Congresso de hoje, vê algumas artimanhas do governo para baixar inflação nos números da contabilidade e uma série de outras aberrações, se pergunta como ainda somos um país grande, respeitado e em desenvolvimento.
Agora mesmo, uma pesquisa feita em 65 nações apontou que o nosso Brasil é um dos 12 lugares mais cobiçados por aqueles que pretendem emigrar pelos mais diversos motivos.
Na lista dos destinos mais sonhados por quem não está feliz na terra natal, o Brasil é o único da América Latina, o único Bric (grupo formado por Brasil, Rússia, China e Índia) e a única nação ocidental em desenvolvimento.
As pesquisas foram feitas no fim do ano passado e ouviram mais de 66 mil pessoas ao redor do globo. Elas foram questionadas se gostariam de morar no exterior se, hipoteticamente, não tivessem problemas como mudanças ou vistos e qual local elas escolheriam. Por isso, os resultados dizem mais sobre a imagem dos destinos mencionados do que com imigrantes em potencial.
Se esse desejo virasse realidade, o Brasil receberia em torno de 78 milhões de imigrantes nesse cenário hipotético. Mas, em um mundo sem fronteiras, a população do país diminuiria – 94 milhões de brasileiros se mudariam para outras nações, se pudessem. Ainda assim, 53% dos brasileiros não desejam emigrar, percentual acima da média mundial.
E você pode até não acreditar, mas são eles, os argentinos, os que mais gostariam de morar aqui. Italianos, portugueses, australianos e outros nascidos nas mais diversas partes do globo também manifestaram interesse de estar conosco, apesar da Galoucura, da Máfia Azul...
