Wilson Silveira Lopes *
As brincadeiras que só fazem mal ao país são ditas e feitas na maior irresponsabilidade, começando com o Sr. presidente Lula da Silva que, outro dia, recomendava o sexo às mulheres, passando pela imprudência do “relaxa e goza” da sua ministra do Turismo, Martha Suplicy; da defesa “quase” explícita do aborto pelo ministro da Saúde, o Temporão (que seguramente preferiria nascer temporão do que ser abortado...), ou como o ministro da Fazenda, o Guido Mantega, que, por ocasião do acidente com o avião da TAM, classificou a crise aérea como “sinal de prosperidade econômica deste imenso Brasil”.
Somando a tudo isso – de cílios postiços nos olhinhos e batom na boca – o doce e velho Caetano Veloso do alto dos seus 65 anos, que acha o Lula um pop star só comparável a Madonna e que, segundo ele, faz um governo tão bom que parece que a sua festa de posse aconteceu hoje.
E, assim, os temas sérios que não deveriam ser tratados como brincadeira, pois que oriundas das mais altas autoridades do país, vão rolando no dia-a-dia da mídia, trazendo para a população uma constante e agravante incerteza se quanto ao futuro também teremos que entregar a nossa alma a Deus, como faz o Sr. presidente Lula quando entra no seu luxuoso e caro aerolula.
Ou então, como faz o seu apressado ministro da Defesa, Nelson Jobim, que antes mesmo de encontrar um terreno para construir na imensa São Paulo um novo aeroporto, já o tem garantido à população daquela cidade.
Parece, enfim, que em tudo que o governo faz faltam critério e organização, ou aquilo que minimamente um governo deveria ter: competência, o que, se tivesse, o festival besterol não teria chance de continuar.
Mas continua. Vejamos essa que saiu no Diário do Comércio do dia 09.08.2007, sob o título Mantega diverte empresários.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, arrancou gargalhadas de uma platéia de empresários que participaram na noite de terça-feira, no teatro Alfa (dia 07.08.2007), em São Paulo, da entrega do prêmio Melhores e maiores da revista Exame. Ao comentar o crescimento do país e da arrecadação de impostos, ele falou dos bancos, que têm apresentado os melhores resultados da história, e citou o Bradesco e o Itaú, ambos com lucros recordes no primeiro semestre.
Nessa altura, disse ele:
- É lógico que a Receita federal vai receber um bom pedaço desse lucro - comentário que causou algumas manifestações entre os presentes.
Na seqüência, emendou:
- E o devolverá à sociedade.
O público presente respondeu, como era de se esperar, com uma tremenda e sonora gargalhada.
Para mim, pequeno entre os pequenos, essa é uma resposta sem igual que retrata bem o que a sociedade pensa da competência e das ações praticadas por esse governo.
As vaias sucessivas endereçadas ao presidente Lula na abertura dos jogos Pan-americanos, embora o governo tenha tentado escondê-las, mantendo a blindagem do Sr. presidente, já eram o presságio de queda da sua popularidade entre as classes superiores, que a toda evidência não dependem das bolsas marsupiais do governo, pois guardam um certo discernimento político quanto aos graves erros que dominam a administração pública do país.
Não é preciso ser nenhum expert em política para entender as coisas do governo, que são como as ondas do mar: vão e vêm. Se o PT não fosse tão incompetente e não tivesse tanto descaso com a administração pública, o desfecho poderia ser outro, é o que diz o economista José Nivaldo Cordeiro. Porque tudo parece indicar que, na futura mudança política, talvez tenham de engolir alguns sapos maiores, sob pena de perderem de forma definitiva o que se chama de boquinha.
É possível que os donos reais da governança – aqui também tem governança, só que é solidária, coisas de PT -, os dirigentes nas sombras, os totalitários José Dirceu e Marco Aurélio Garcia, resolvam sair do ostracismo, pôr as manguinhas de fora e tentar mudar o quadro ou, como queiram, a vida do PT.
Afinal, esquerda é assim mesmo. Apóia o que é certo quando lhe interessa, assim como apóia o que é errado quando o errado lhe faz muito bem. É mesmo como diz o professor Olavo de Carvalho:
- Ser esquerdista é sofrer patologia do espírito.
E eu perguntaria:
- Como ficamos nós brasileiros reféns dessa gente?
Por hoje, é só!
* Advogado