(texto básico: Gênesis 3:1-13)
Geraldo Cardoso Sá
Teólogo
Tomando-se por base o conhecido livro do Gênesis, de autoria atribuída a Moisés; o primeiro livro da Bíblia dos cristãos no antigo testamento, observa-se não somente o pecado da desobediência – avaliação geral; mas também o pecado sob outras perspectivas. A presente avaliação visa esclarecer as outras formas de apresentação do pecado - praticado nos tempos de Adão e Eva; e que nos dias atuais causa de forma nefasta, os mesmos transtornos daquela ocasião – sempre lembrando, conforme a instrução outra passagem bíblica em Apocalipse ou Revelação 2: 17ª “...Quem têm ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas...” Eis o texto:
Gênesis 3
1 Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?
2 E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,
3 Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.
4 Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
5 Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.
6 E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.
7 Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.
8 E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
9 E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?
10 E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.
11 E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?
12 Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.
13 E disse o Senhor Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.
O capitulo 1
Incredulidade (v.1) – O diabo, protagonizado pela serpente testou a ordem dada por Deus aos habitantes “edênicos”. Não comereis de toda a árvore do jardim? A astúcia do diabo transforma um imperativo em uma interrogativa concupiscente. A incredulidade se materializou e prova da ciência da ordem foi testemunhada pela mulher (v.2).
Rebeldia e desobediência (v.4) - Mais um imperativo é contraditado. Certamente não morrereis. A rebeldia nasce com o desrespeito às leis e as ordens divinas.
Usurpação de Poder e Inveja (v.5) – Penso, como outros teólogos, que o pecado é a manifestação pessoal do desejo de sermos iguais a Deus. Explico: Peco, porque questiono a competência de Deus em alguma área de necessidade minha. Ex. Deus não seria suficiente para conceder-me algo, e por isso tento aplacar tal necessidade com o roubo. A intenção do usurpador é clara: “e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Querer ser Deus igual a Deus é não conformar-se com o estado e a condição que Ele mesmo projetou.
Cobiça (v.6) – “... era boa para se comer, e agradável aos olhos...” Um dos pecados disciplinados no decálogo. “... Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo; nem o seu servo, nem a sua serva; nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.” Livro do Êxodo 20:1. O sentimento de culpa após o ato se traduz na cessão do cobiçado fruto, dando inclusive ao marido.
Impureza (v.7) – “Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus.” A pureza perdeu o lugar para a impureza e tentativa de cobrir a vergonha(nudez) tornou-se evidente. “e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.” A maldade passou a ser habitação constante até os dias de hoje.
Orgulho e soberba e Ingratidão – “A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore. Ele estava só e uma auxiliadora lhe foi dada. Além disso, não foi capaz de reconhecer a sua co-autoria no pecado. O orgulho impede que vejamos nossos próprios erros e nossas debilidades.