Gilson Nunes *
A visita do papa Bento XVI ao Brasil está próxima e todos os cuidados imagináveis e inimagináveis estão sendo minuciosamente preparados para ele: culinária, aposentos, segurança e tudo o mais. Até aí nada demais, afinal papa é papa. A questão é: A missão que ele irá desenvolver aqui. Muito já se discute sobre a perda de fiéis para outras religiões. Outros já acham que o Vaticano tem batido duro na sociedade por causa de alguns aspectos comportamentais que ela, a igreja, considera fundamentais: o uso da camisinha, o acasalamento de homossexuais, pedofilia, aborto, dentre outros.
Mas a pergunta que insiste em conseguir uma resposta convincente é a seguinte: como a sociedade deve se comportar em meio à evolução dos tempos, em meio ao avanço acelerado da tecnologia, ao aparecimento de doenças até então inexistentes como o HIV –Aids, dengue hemorrágica, lesões por esforço repetitivo, o mal de Alzaimer etc, etc, etc?
O comportamento do ser humano tem sido a tônica da igreja católica, que não se restringe apenas a esses costumes. Ela também não deixa de se preocupar com a violência no mundo, seja essa violência de ordem ambiental, científica, bélica, por tráfico de drogas, crime organizado e, o que considero mais importante, a discriminação social em todo o mundo.
Mas, afinal, por que a igreja católica está perdendo fiéis para outras religiões? Será por que outras religiões reprovam as atitudes consideradas um afronte a Deus? Como o cigarro, a bebida, por exemplo? Ou será por que essas outras religiões procuram se aproximar de todos os seus fiéis, indo ao encontro deles onde quer que eles estejam?
Sinceramente, eu não tenho a resposta. Porém, acredito que a igreja católica mostrou, no pontifício de João Paulo II, que a igreja tem lá os seus pecados e chegou inclusive a pedir perdão à sociedade mundial, lembrando a era da inquisição, onde ela, a igreja, era a autoridade maior. Quer saber? Na minha opinião foi um dos maiores exemplos de amor ao próximo e de simplicidade já feitos pelo Vaticano. Outro exemplo de aproximação da igreja com os seus fiéis é a maneira carismática com que o padre Marcelo Rossi se posiciona perante o povo.
Mas, enfim, administrar a evolução da tecnologia, do mundo, e as transformações dos comportamentos sociais são tão periclitantes e polêmicos quanto os desafios de se redimir dos nossos próprios pecados.
* Jornalista
gilson.nunes@yahoo.com.br