Os caminhos de Dilma para a governabilidade

Por Luís Nassif

Jornal O Norte
Publicado em 23/07/2013 às 09:04.Atualizado em 15/11/2021 às 17:07.

Por - Luís Nassif


Todo setor organizado precisa exercitar a visão prospectiva para balizar suas ações, fugindo do imediatismo das medidas pontuais. Se seis meses atrás o governo Dilma Rousseff conseguisse identificar a dinâmica desses fatores poderia ter agido pró-ativamente:

1. Desgaste com seu governo em círculos formadores de opinião.

2. Desgaste com a opinião pública midiática por conta da campanha sistemática da mídia.

3. Desgaste com o mercado devido à dubiedade das contas fiscais.

4. Desgaste com movimentos sociais, sindicatos e empresários devido à falta de diálogo.

O desafio agora é aproveitar as lições e preparar a estratégia para os próximos semestres. Os dados centrais de análise:

1. Economia – Apesar da perspectiva de algumas boas notícias – sucesso nas concessões e inflação refluindo um pouco –, o quadro econômico tende a se agravar. O varejo mostra desaceleração do consumo e as contas externas continuarão se deteriorando.

2. Velha opinião pública – A guerra da informação se acirrará, ainda mais após a mídia constatar a fragilização da candidatura Dilma em 2014.

3. Nova opinião pública – Classe média, direita, esquerda, partidos, sindicatos, todos parecem dispostos a mostrar a musculatura nas manifestações e nas redes sociais.

4. Justiça – Novos movimentos de opinião pública terão efeitos imprevisíveis sobre o STF.

5. Congresso – Não se encontra um parlamentar que se sinta participante do projeto de governo de Dilma.

O xadrez da política, para o governo Dilma, consistirá em administrar a exacerbação atual da política, em um ambiente econômico desfavorável.


Ações:

1. Preparar a opinião pública para os baixos resultados econômicos do segundo semestre e criar expectativas favoráveis para o próximo ano.

2. Preparar, desde já, um conjunto de políticas com participação ampla dos setores envolvidos. E planejar a divulgação para se contrapor à safra de más notícias econômicas.

3. Sair definitivamente do isolamento, institucionalizando a interlocução com os diversos setores sociais.

4. Monitorar de forma profissional o universo de notícias, de maneira a evitar a formação de ondas.

5. Recompor a interlocução com o Congresso em função do risco da derrubada em série dos vetos às medidas provisórias.

6. Uma reforma ministerial para servir de ponto de corte para a nova etapa.

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