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Sexta-Feira,27 de Junho

Onde começa a corrupção

Jornal O Norte
Publicado em 08/05/2009 às 10:12.Atualizado em 15/11/2021 às 06:58.

Sarah Pará



Precisamos estar atentos e fortes para não nos corrompermos. Ou corromper. O questionamento é: qual o ideal de um candidato para representar uma sociedade na esfera política? Em 2008, tive coragem de aceitar o convite de um deputado “amigo”, do partido o qual era filiada, e me candidatei à vereadora! No principio, pelo mel das palavras de que seria ajudada nos meus interesses pessoais.



Comecei a me envolver no contato com as pessoas, descobrir os bairros periféricos da cidade e suas mazelas e me posicionei. Precisava de fato contribuir com a política social da minha cidade. Procurei ajuda de profissionais sérios, com conhecimento em ciências políticas para me dar uma luz. Determinei estudar as literaturas que envolvessem os interesses do município, como a lei orgânica, os estatutos, o orçamento participativo e mais que me indicassem.



Fiz pesquisas, sai a lugares públicos, colhi informações dos garçons, cozinheiras, porteiros de prédios, serventes escolares, professores, estudantes. Queria saber destas pessoas qual seria o valor de um político para merecer o voto delas. O eleitor está convicto de que o voto tem um preço subjetivo. Reclamam da situação que aí está, mas quer uma vantagem pessoal! Um juiz escreveu que só ha político corrupto, porque ha eleitor corrompível. Muito perto de nós, candidatos para se elegerem prometem empregos, casas populares a troco de votos.



Elegem-se! Parte da população está condicionada a barganhar o voto. É uma cultura que precisa urgentemente de um novo modelo de conscientização de valores. Sempre reagi com indignação!  Certa vez, ouvi dizerem que o meu perfil para a política era de anti-voto, por ser contundente demais. 



Experimentei a solidão de fazer uma campanha política sem recurso financeiro e sem apoio do partido. Não havia esta disponibilidade, tão pouco este comprometimento, a não ser para os tais “santinhos” que também levavam a marca do candidato a prefeito. Não é do meu temperamento aceitar qualquer coisa sem entender.



Os caciques existiam e o resto era resto! O tal do voto útil tira qualquer reles mortal da parada! Não sei se decepcionei as pessoas, ou a mim mesma! Naquele momento, a minha linha na política estava voltada para as pessoas!



Políticos de maneira geral não têm preocupação com a população, pois esta é apenas um número! Um dia desabafei com uma amiga, esposa de um candidato a prefeito, por sinal vitorioso, prefeito eleito 2009, ela me disse que sentia o estômago embrulhar com as conversas e conchavos presenciais na sua casa. Recentemente eles se divorciaram!



Para ser político, requer muita responsabilidade. Vai além do ego, da vaidade e do interesse pessoal! De fato, é preciso ter muito estômago.  Ou você entra no jogo, ou é carta fora do baralho! O jogo fascina a muitos, vide o Congresso Nacional.

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