O tirano

Jornal O Norte
Publicado em 24/07/2008 às 22:50.Atualizado em 15/11/2021 às 07:39.

Wilson Silveira Lopes


Advogado e servidor municipal perseguido


                                           


· Nunca tive dúvidas de que o Poder não fosse superior ao dinheiro, até porque exemplo clássico recente e noticiado na imprensa em geral, o gesto desesperado de Daniel Dantas tentando corromper os policiais federais que o foram prender. Banqueiro, milionário, do grupo da plutocracia econômica  brasileira ora posta de joelhos pelo PT e os aliados de esquerda, de sorte a demonstrar com fidelidade quem é que de fato manda. Quem acha que pode mais se engana redondamente, pois quem manda é o Poder político, que dita que o dinheiro lhe é bastante inferior.



Por estas plagas, embora eu seja um mero servidor municipal e não tenha dinheiro, tenho sido gravemente atingido em minha pele e em minha honra com a força implacável e sibilina do Sr. prefeito municipal, que não se peja de vergonha ou de pudor de manter como regra e comportamento de sua administração, em pleno século XXI, a tirania despótica que o faz constantemente destilar contra a minha pessoa a sua ira e o seu ódio manifestos, que certamente os acólitos e sequazes, que ao seu lado estão, devem estar soltando loas ao seu estilo renovado de governar aos tempos da chibata e do açoite, usando contra pessoas como eu, que nada podem fazer, e que somente podem esperar encontrar guarida, primeiro,  em Deus, depois, na Justiça!



Contra a minha pessoa montou-se um processo eivado de falhas de composição; processo de Kafka desde a sua instauração, mediante uma portaria administrativa com base em denúncia do Sr. consultor jurídico, na qual, sem apontar danos ou prejuízos que porventura eu tivesse causado à administração pública, acusa-me de emitir pareceres jurídicos estando devendo à OAB - Ordem dos Advogados do Brasil.



Sabem, como eu, que na administração pública pareceres ou opiniões com cunho jurídico às vezes são proferidos até mesmo por servidores que não possuem o status de advogado em diversos setores da prefeitura.  



Sabem também os doutos procuradores do município que os pareceres que pude emitir – alguns eliminados, outros transferidos para reforma por outro advogado – foram sempre submetidos sob o jargão do s.m.j, ao exame do titular da pasta. 



Portanto, não causei prejuízo de qualquer ordem ao erário. A administração, sim, tem causado danos morais e materiais à minha pessoa, suspendendo por dois meses os meus parcos vencimentos, com base no julgamento de Kafka do Sr.  Prefeito, que determinou a minha suspensão, mandando ainda lançar o meu nome no rol dos culpados, ou seja, na minha ficha funcional.



Para isso busco, primeiro, a justiça de Deus, depois, a justiça dos homens, para ver restaurada a ordem em minha vida funcional de mais de vinte e cinco anos de serviços prestados, sem máculas, à administração pública.



Afastado há quase dois anos de minhas funções advocatícias pelo município, em outro processo judicial pedi o retorno às minhas atividades funcionais, entretanto, mesmo a despeito de o Tribunal de Justiça do estado ter determinado a minha reintegração há mais de dez meses ao cargo de procurador municipal, o Sr. prefeito se nega peremptoriamente a cumprir o que determinou aquele egrégio Tribunal.



 Prefere dar prejuízos ao erário, isto porque o Tribunal de Justiça determinou a cobrança de multa diária de R$ 100,00 em caso de não cumprimento da ordem judicial reintegratória ao cargo de Procurador Municipal; multa esta que estou cobrando via processo executivo que movo contra o município.



Como disse, o Sr. prefeito inova nas práticas dos tempos do cangaço, da política de compadrio, da rudeza do trato humano e, do tudo pode em face do Poder que se tem nas mãos.



Para isso, vale cercear direitos e liberdades; vale esconder e negar documentos necessários à minha defesa judicial; vale vilipendiar sobre o meu destino; vale espicaçar e até conspurcar o meu nome com acusações fraudulentas e mentirosas, montadas no melhor estilo dos tempos da escuridão.



Aguardo em Deus e na Justiça!

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