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Quinta-Feira,25 de Dezembro

O silêncio do eleitor

Artur Leite

Jornal O Norte
Publicado em 03/09/2014 às 01:04.Atualizado em 15/11/2021 às 16:36.

Estamos a praticamente 30 dias das eleições no Brasil. Diferente de todos os processos anteriores, o que tem chamado bastante a atenção é a postura assumida pelo eleitorado de uma forma geral. O  que se percebe é que nada tem chamado a atenção daqueles milhões de brasileiros  que irão decidir o futuro do Brasil nas urnas no próximo dia 5 de outubro. As campanhas dos candidatos à presidência da República, senador, governador, deputados federais e estaduais estão praticamente niveladas em todos os aspectos, provando que a crise também chegou na classe política. Aqui no Norte de Minas o quadro serve para ser analisado. Pelos mais de 40 anos em participações de campanhas  políticas é preciso colocar algumas verdades. Então vamos lá:

1-Os prefeitos, em sua maioria, estão ainda sentindo o caos em que encontraram as prefeituras, ou seja, com muitas dívidas; servidores desmotivados e com orçamento minguado para realização de obras. Perdem então o poder de fogo...

2-Junto ao desgaste, eles não conseguem mais controlar os vereadores de suas bases que preferem tentar “negociar” com os candidatos deixando-os à margem do processo, o que encarece as campanhas.

3-Nota-se claramente que os deputados que disputam a reeleição adiaram os investimentos para o mais tarde possível, por falta de financiamentos privados de campanha.

4-Empresários que investiam antes, não o fazem mais, justamente pela presença constante do Ministério Público e Justiça Eleitoral, que estão atentos com relação às doações e à prestação de contas.

5-Vereadores de pequenos municípios, de poucos votos, estão custando em torno de R$ 10 a R$15 mil reais cada aos deputáveis. Um verdadeiro absurdo.

6-Nota-se também que o material de campanha não diversificou, pois os jingles, santinhos e outras peças são repetitivos e de outras campanhas, barateando assim os custos.

7-A falta de shows artísticos que levava verdadeiras multidões aos comícios tem provocado o esvaziamento dos mesmos, pois além da falta de segurança, não existe motivação para ouvir as propostas políticas.

8-Ao custo de R$ 600,00 reais, formiguinhas e R$ 800,00 os coordenadores das mesmas, as planilhas estão sendo enxugadas, justamente para evitar gastos que possam ultrapassar os limites planejados de investimentos.

9-O excesso de festas baianas, aniversários das cidades, eventos religiosos, deixam os candidatos com as agendas tumultuadas, pois o que vale é a tal da “ajudazinha” para a realização das mesmas, e quase sempre ninguém quer saber das propostas dos mesmos.

10-Para quem tem mandato e possui emendas parlamentares até que pode aliviar um pouco, mas para quem enfrenta a guerra com recursos próprios e limitados, ”é até uma covardia”, como afirma um político em início de carreira.

11-As campanhas estão soltas quando se fala em candidaturas à Presidência, senado e governo. A maioria evita pedir votos para estes cargos, pois o eleitor não deixa espaço para este tipo de abordagem. Quem perde são os candidatos majoritários.

12-Os programas de Rádio e Televisão não  estão sendo motivadores para o voto, ao contrário, irrita o eleitor, que vem preferindo as Redes Sociais, onde pode externar suas opiniões.

Com todas estas dicas acredito que não teremos grandes surpresas nas eleições. Ao contrário, a maioria reeleita, e alguns nomes novos que surgiram que deve fazer aumentar a nossa representatividade na Câmara Federal e Assembleia  Legislativa. Estamos torcendo.

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