O rádio continua em alta

Jornal O Norte
Publicado em 02/10/2009 às 09:35.Atualizado em 15/11/2021 às 07:12.

Sarah Pará



Entra década, sai década e o rádio não perde seu posto. Agora então, com o sistema digital, ele será vedete, assim como a TV. O governo vai definir o modelo de rádio digital até dezembro. O Ministério das Comunicações escolherá entre o padrão americano, já testado, e o europeu, que será avaliado nos próximos meses.



O objetivo é aumentar a adesão ao rádio no cotidiano dos brasileiros. De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios-Pnad, do IBGE, em 2008, 88,9% dos lares tinham aparelhos de rádio, o que representa mais de 51 milhões de domicílios no país. O número dá a dimensão da importância do rádio em plena era de convergência tecnológica. O serviço representa um avanço na universalização do rádio, uma vez que atinge 60% dos municípios brasileiros.



A nova tecnologia vai aumentar a qualidade do som, eliminando chiados e permitindo a multiplicação de canais e transmissão de textos. O que significará mais conteúdo e informação para os ouvintes. Como veículo de propaganda não há o que se discutir, pois além de ser uma mídia mais em conta no orçamento do cliente, o alcance é excepcional.



O rádio brasileiro completou 87 anos no último dia 25 de setembro, com direito a uma mega exposição na Urca-RJ, onde tudo começou! As primeiras transmissões oficiais foram em 1922, com o discurso do presidente Epitácio Pessoa na comemoração ao Centenário da Independência. Segundo os relatos, poucos conseguiram ouvir, pois o equipamento era rudimentar e chiava muito.



O presidente usou um telefone alto-falante para irradiar o discurso da Praia Vermelha para o pavilhão onde acontecia a comemoração. O radio foi se estruturando nas décadas de 30 e 40, na chamada época de ouro. Muitos programas que estão na memória dos brasileiros surgiram nessa época, como Repórter Esso e O Direito de Nascer, radionovela de 1951 que registrou recordes de audiência. Na música popular, nomes como Carmen Miranda, Silvio Caldas, Carlos Galhardo e Orlando Silva ganharam fama graças ao rádio. O veículo uniu o país nas transmissões das Copas do Mundo e esteve presente nos mais importantes momentos políticos. Era pelas ondas de rádio que chegavam, por exemplo, as notícias da 2ª Guerra Mundial.



Hoje, existem 3.819 rádios comunitárias no país, número superior ao de emissoras comerciais em FM, que produzem conteúdo, com programação que inclui música, serviços e ofertas de emprego. Entre as beneficiárias estão comunidades quilombolas, indígenas e assentamentos agrícolas.



Que venham as novas mídias, mas o rádio continuará por muito tempo como o veículo de maior comunicação social!

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