O PT e a cidade: avanço ou retrocesso?

Jornal O Norte
Publicado em 21/10/2008 às 08:46.Atualizado em 15/11/2021 às 07:47.

João Avelino Neto


Advogado



O PT fez uma aliança com Athos em 2004 para implantar em Montes Claros um governo democrático e popular em contraponto com os governos populistas e neoelitistas conservadores que administraram a cidade por mais de uma década.



A coligação, verdadeiramente de esquerda, juntando-se o PPS - PT - PSB - PC do B, saiu-se vitoriosa, com o apoio do PDT e do PTB no segundo turno.



Naquela época, como agora, o adversário foi Luiz Tadeu Leite, que, em 2002, perdeu a sua primeira eleição, quando não se reelegeu para deputado estadual. Veio a segunda derrota, desta feita para prefeito, fato que, para muitos, era o seu fim de carreira.



Mas eis que surge uma malfadada coligação majoritária e proporcional entre o PT e o PMDB, na eleição de 2006, e Tadeu é eleito com pouco mais de 40 mil votos, graças ao PT, que amargou a perda de cinco cadeiras na assembléia legislativa, enquanto que ele, o embromador, não moveu uma palha em busca da reeleição de Lula em Montes Claros, já que no Norte de Minas ele não tem voto e tampouco liderança. Todavia, este comportamento personalístico no agir só para si, se revelou em 1976, na campanha municipal, quando se candidatou a vereador e o MDB lançou três candidatos a prefeito (Dr. Aroldo Tourinho, Pedro Narciso e José da Conceição) em um dos santos arroubos de Genival Tourinho, com um só vice, Nozito, mas nem assim, com tantos candidatos, o nosso personagem se dignou a pedir votos para prefeito.



Voltando ao marco inicial, ou seja, à espetacular vitória de 2004, o desenrolar de uma administração popular plena tem muitos entraves pela frente, diante das práticas seculares do clientelismo.



Entretanto, as linhas gerais dos instrumentos estratégicos foram lançadas, como é o caso do orçamento participativo, que não deve se restringir somente aos recursos do município, mas também sobre aqueles que provêm do estado e da União, mormente no que tange à  educação, à saúde e à  assistência e desenvolvimento social.



Concluindo, o governo Athos/Sued cometeu alguns pecados veniais, passáveis de simples penitência para a sua remissão, ao passo que o seu oponente cometeu pecados capitais, que não se apagam nunca na imagem ética do cidadão, por mais que ele invoque o nome de Deus e peça perdão a quem espezinhou. É como proclama a sabedoria popular: Pau que nasce torto, morre torto.



Assim, por mais que eu tente, não dá para acreditar nele, mesmo depois que Eduardo Lima o vestiu de anjo, tentando tirá-lo do oco do pau...

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