Sarah Pará
O ditado é antigo: “cada povo tem o governo que merece!” Quando o jornalista e comentarista econômico da Rede Globo, Carlos Alberto Sardenberg, veio a Divinópolis a convite da Faculdade Pitágoras, para proferir palestra sobre a economia no governo de Lula, isto ficou bem claro. Tinha acabado de ser notícia no Jornal Nacional a descoberta de poços de petróleo nas águas ultraprofundas dos nossos mares. Ouve muita euforia! Conversei este tema com o então diretor da “Fadom” Carlos Moacyr. Falamos sobre o respeito que o Brasil viria a ter a partir destas descobertas, em plena mudança do século 20 para o 21. Carlos muito otimista, um entusiasta do progresso e do novo, também quis saber qual seria a opinião do economista palestrante. Depois da palestra fui até Sardenberg e perguntei o que representaria para o Brasil aquela descoberta, o que seria o hoje tão festejado pré-sal. Voltei com a novidade de que aquela descoberta não seria para exploração em curto prazo e não seria tampouco a galinha dos ovos de ouro. Agora o mundo todo fala deste pré-sal brasileiro, mas com uma tônica diferente. Para os especialistas em efeito estufa, deve-se ter uma grande preocupação em obter uma energia limpa para não provocar mais dano ao planeta. E o que se diz a respeito desta exploração é que, dentro de no máximo dois anos já não será mais permitido utilizar tecnologia poluidora, e a retirada deste petróleo está prevista para o ano de 2014. A previsão é de que até lá, o preço do barril de petróleo não terá mais valor competitivo. No inicio desta semana foi armado um palco para anunciar o procedimento regulatório da exploração do pré-sal nas bacias do litoral de São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro, depois da manifestação de contrariedade dos governadores destes estados. Pois, a contrapartida do governo federal não beneficiaria adequadamente nenhum dos municípios onde o petróleo será explorado. E também, segundo os especialistas, o marco regulatório para a exploração do petróleo não contempla nenhum investimento sustentável nas matérias mais discutidas no mundo, que são poluição e meio ambiente. Hoje a proteção ao meio ambiente é global. Para muitos, os 90 dias para se discutir a forma de participação de cada estado e como será a proteção ao meio ambiente é insuficiente, entendem que a sociedade também deve participar. Considera-se falha a distribuição dos dividendos somente para a educação, ciências e tecnologia, deixando em segundo plano mais uma vez o investimento para o meio ambiente. Há quem diga que na reunião de Copenhague, capital da Dinamarca, para discussão sobre o planeta, no fim do ano, este tema não passará em branco. O brasileiro é um povo generoso mesmo, diante de tanto escândalo no Planalto Central ainda aplaude e consegue acreditar nas benesses do governo Lula. Ainda acho que tudo não passa de marketing político!