* Manoel Hygino

Em cada dez brasileiros, nove são a favor da redução da maioridade penal de 18 anos, para 16. Este o resultado de pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes, em parceria com o instituto MDA. Segundo os entrevistados, os crimes cometidos por menores cresceram, ou cresceram muito, nos últimos anos, o que se pode constatar também pela avalanche de notícias inseridas na Imprensa.

Acho que, desde cedo, se deve instruir as crianças, educá-las, formá-las, inclusive pelo trabalho. O adolescente precisa exercer atividade, e deve ser útil à sociedade, antes de desviar-se para a contravenção e o crime. As velhas gerações aprenderam, de menino, a trabalhar, ajudando os pais, à família. É preciso rever conceitos equivocados sobre trabalho, que pode parecer até pernicioso.

A multidão de jovens que cedo começam na ociosidade decorre muito da fragilização, quando não da degradação dos laços da família. O problema existe e é grave, constitui uma ameaça ao futuro. Há iniciativas em discussão, e são muitas, mas é complexo o tema. Uma delas seria o toque de recolher para menores, em todas as cidade de Minas, de 23h às 5h.

Os menores perderam a noção de lugar e tempo e as madrugadas são varadas pelas baladas, pelo ruído excessivo, pelo incremento alucinante de drogas, pelo sexo antecipado e desabrido. Que se mudem, se necessário, as leis, pois elas têm de cumprir sua alta destinação social, ética e humana.

Portaria da Vara Cível da Infância e da Juventude de Belo Horizonte responsabiliza agora judicialmente e impõe multa a pais, síndicos e diretores de escola por eventos em que houver consumo de bebida alcoólica entre menores. Assim, os chefes de família serão convocados aos locais das festas para receber em devolução os filhos e assinar termo de compromisso.

Outras medidas se seguem, como adequado, para que o assunto não morra por aí. Os colégios, a seu turno, comunicarão que não participam da organização de determinado tipo de reunião, na tentativa legítima de evitar que surjam como condescendentes, solidários ou cúmplices de cenas de alcoolismo e atos de vandalismo, violações sexuais, agressões e mortes.

Muitas vidas já se perderam. É preciso encontrar saídas pra conter os desvios, que precocemente começam e geralmente terminam mal. Mas os jovens têm também de sentir o peso de sua responsabilidade na sociedade e sua significação na vida nacional.