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Quarta-Feira,17 de Dezembro

O mundo hoje, e depois

Jornal O Norte
Publicado em 16/01/2013 às 20:38.Atualizado em 15/11/2021 às 16:56.

Agora que estamos percorrendo o novo ano do calendário (sem as sombrias perspectivas do Maia, que tanta gente assustou no mundo), merece uma leitura sobre o período que encerramos e o que ora se inicia. Oportuno assim conhecer “Como governar o mundo”, de Parga Khanna, autor de “O segundo mundo”, considerado o mais respeito e inovador “acadêmico aventureiro de sua geração”.



Para o autor, só há uma forma de governar o mundo: com diplomacia, semelhante à de hoje e parecida com a da Idade Média, com potências emergentes, corporações multinacionais, famílias poderosas, humanistas, extremistas religiosos, universidades e mercenários compõem a paisagem diplomática. “Tecnologia e dinheiro, e não soberania, determinam quem tem autoridade e dá ordens”.



A humanidade não mudou muito. A cada cem anos, o mundo vai à guerra. Depois, sai em busca de uma paz duradoura, o que ocorre desde 1814, quando ministros das grandes potências da Europa. Nascia o Concerto da Europa, que durou até a primeira grande guerra.



Não sem razão, o filósofo Karl Popper afirmou que extinguir a ordem existente e construir uma nova a partir de zero possivelmente seja o meio mais viável. Seria mesmo por aí? Khanna também indaga: até que ponto a situação está mesmo ruim? E se encarrega de responder, de maneira clara.



Transcrevo: “Ora, as potências que deveriam manter a paz são hoje as que mais vendem armas, os bancos que deveriam encorajar a poupança estimulam as pessoas a viverem acima de suas posses, e o alimento só chega aos famintos depois de eles terem morrido”. Pessimista o autor ou realista? Que não completa seu raciocínio por aí. “Estamos mergulhados de cabeça numa tempestade perfeita de consumo de energia, crescimento populacional e escassez de alimento e de água que não poupará ninguém, sejam ricos ou pobres. Nossa lista de crises, que não para de crescer, inclui instabilidade financeira, HIV Aids, terrorismo e países falidos. Qualquer dessas crises pode intensificar as outras, criando uma espiral de queda para países e regiões”.



E uma previsão macabra: “Nos próximos 20 anos, talvez venhamos a ver as escaramuças hoje travadas por procuração se transformarem numa guerra ampla entre Estados Unidos e China, falência dos países mais fracos, conflitos em torno de reservas submarinas de petróleo e gás, êxodo de refugiados das secas de África Central e ilhas do Pacífico inundadas pelas águas”. Enfim, um caos. Quem viver verá, ou não.



Manoel Hygino - escreve no jornal Hoje em Dia



 

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