Por Wallace Graciano
Apesar de se enfrentarem apenas oito vezes na história, Brasil e Espanha deram ao futebol mundial embates memoráveis. Como os quatro ocorridos em Copas do Mundo. Cada um com sua peculiaridade, como o vareio de bola dos europeus em cima de um amadorismo canarinho, em 1934, ou a “malandragem” de Nilton Santos, em 1962. Mas um foi especial. Ocorreu em 1950. E foi realizado no mesmo palco da decisão da Copa das Confederações, que reunirá as duas seleções neste domingo.
Em 13 de julho, as seleções brasileira e espanhola duelaram diante de 152.772 pessoas no Maracanã. O confronto era válido pela segunda rodada da fase final da Copa do Mundo daquele ano. De forma arrasadora, os comandados de Flávio Costa aplicaram sonoros 6 a 1 no time europeu.
A medida que os gols aconteciam, aumentava o clima de Carnaval no Maracanã. E o espetáculo em campo, que motivava o público a soltar gritos de “olé”, passou para as arquibancadas quando a torcida passou a entoar a marchinha carnavalesca “Touradas em Madri”. Braguinha, compositor daquele “hino popular”, estava nas dependências do estádio e não conteve as lágrimas.
O curioso é que aquela partida também poderia ter marcado o título do Mundial de 1950 para a Seleção Brasileira. A Jules Rimet só não veio naquele dia porque Míguez se atreveu a anotar aos 41 minutos do segundo tempo o terceiro gol uruguaio, que marcava o desempate do duelo contra a Suécia.
Ficou para a história a mais doce partida daquele distante 1950 (que muitos preferem nem recordar, graças ao duelo seguinte, contra o Uruguai). Hoje, a situação se inverteu. É a “Fúria” quem dita os rumos do futebol, enquanto nossa seleção tenta se ajustar para reviver seus áureos tempos e fazer com que o Maracanã seja palco de novas touradas neste domingo.
