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Sexta-Feira,18 de Outubro

O Instituto Cultiva e a prefeitura de Moc - VI

Jornal O Norte
05/04/2007 às 09:35.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:01

Senhor Editor,

Fui informado que na seção da câmara municipal de ontem, quinta-feira, foi votado um requerimento que tratava de minha convocação para debater a Governança Solidária. Soube, ainda, que a votação, naquele momento, foi de 6 a 2 e uma abstenção. Quem se absteve havia dito que votaria a favor, pouco antes. Também soube que o placar poderia ser mais justo se a entrada do requerimento na pauta de votação não tivesse sido ao final da seção.

O fato é que, por ter recebido dinheiro público, estou sempre à disposição para esclarecer tudo o que foi feito com este recurso: os planos, o contrato, as ações, os encaminhamentos.

Acredito, ainda, que Montes Claros deveria se organizar urgentemente para discutir os rumos do município. Os veículos de comunicação do município poderiam promover um debate público, convocando a população. É um momento importante, em que a política está de portas abertas, os movimentos do poder estão sendo vistos a olho nu, como um Big Brother Especial.

Discordo dos argumentos daqueles que afirmam que um debate público seria um palanque eleitoral. Há muitos motivos para discordar, mas vou citar aqueles que considero mais adequados do ponto de vista da ciência política (meu mestrado, na Unicamp, foi em Ciência política e o vício permanece). Primeiro: este não é um ano eleitoral. Portanto, não tem nenhum viés eleitoral que obstaculize o debate sobre o programa que o governo municipal considera ser seu principal projeto para o município. Segundo, porque a Governança Solidária, até onde minha equipe participou para ajudar a construí-lo, é um projeto público, conduzido com dinheiro arrecadado pelo imposto pago pelo cidadão de Montes Claros, e não tem um elemento que o desabone.

Se é o caso de se pensar em uso eleitoral, seria justamente a favor do governo e não contra. Tal discurso, portanto, parece contraditório e defensivo. Parece uma constante dos apoiadores desse governo: se acostumaram a ficar numa posição tão defensiva que não conseguem refletir sobre o momento político. Pensam a política ao contrário. Na roça se diz que é preciso transformar um limão em limonada. O que parece ruim sempre tem uma possibilidade positiva. Esta é justamente a arte da política.

Mas alguns vereadores da base aliada parecem estar inseguros, não informados, e transformam uma limonada em limão. Não percebem que amplificam as vozes dos adversários.

Mas volto a sugerir. Se a câmara municipal não quer se abrir ao debate público sobre um projeto do governo tocado com dinheiro público, que a imprensa local possibilite esse ato cívico e democrático. De minha parte, podem contar com meu apoio.

Atenciosamente,

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