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Quarta-Feira,17 de Dezembro

O futuro corre perigo

Jornal O Norte
Publicado em 07/01/2013 às 22:23.Atualizado em 15/11/2021 às 16:55.

A eleição da AMAMS – Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene assume uma importância especial a partir do momento em que alguns prefeitos eleitos expressaram discordância em relação ao modelo atual, instituído para fazer perpetuar no poder, ou melhor dizendo, no mando daquela entidade, representantes de um grupo que não  representa a maioria que pouco faz a não ser atender  a interesses corporativistas.



Quando dizemos mando, e não poder, assim o fazemos por perceber, claramente, o quanto a AMAMS, ao longo dos anos, se distanciou melancolicamente de seu papel de  entidade representativa, de fato, dos interesses dos municípios da área mineira da Sudene.



Quando o natural seria que todos os prefeitos eleitos automaticamente tivessem direito a concorrer ou a votar na eleição da entidade, foi criado, à moda franksteniana, uma série de artifícios para impedir a participação democrática dos representantes recém eleitos ou reeleitos das comunidades norte-mineiras na escolha, livre e soberana, de quem deveria conduzir a AMAMS.



Por mais estranho que possa parecer, é preciso questionar qual é a finalidade e a verdadeira missão da AMAMS.



Depois de oito anos de mandatos sucessivos, o legado que se percebe é pífio. Afinal fazer o mínimo de suas obrigações não é motivo de júbilo.  Da mesma forma que reformar e construir um auditório não resolve problemas; os graves problemas do semiárido norte-mineiro. No que isso tem ajudado a tantos e tantos milhares de cidadãos flagelados pela seca ,espalhados por esta vasta e sofrida região?



Percebe-se na imprensa, aqui e ali, vozes contrárias à disputa na entidade representativa de municípios que vivem uma crua realidade,  que se assemelha à nordestina, castigada pela seca e castigada pela falta de atenção e de políticas governamentais inteligentes.



Estes articulistas são porta-vozes muito bem agraciados para servir aos seus senhores...



Mas o que se cobra agora é liberdade.



O que se pretende com a disputa instalada é definir quem vai votar pelo futuro ou vai escolher se colocar a favor do atraso e do modelo coronelista que tem em seus currais eleitorais não mais eleitores comuns, estes cada vez mais esclarecidos e clamando por mudanças. Por maior ironia que possa parecer, os currais estão cheios de lideranças subservientes a interesses menores.



O que se propõe é o arejar no comando da AMAMS para que assuma a importância que deveria ter e que nunca alcançou.



O que se pretende é  restabelecer uma AMAMS representativa e, por isso mesmo, forte o suficiente para reivindicar os benefícios a que os municípios norte-mineiros, dos vales do Jequitinhonha e Mucuri têm direito. É uma evolução, para não dizer revolução, deixando de lado o chapéu roto, nas mãos humilhadas, pedindo favores e passar  à condição de reclamar de cabeça erguida, em bloco, ungidos pela representatividade, uma atenção que os municípios da Área Mineira da Sudene fazem jus.



De um lado se colocam, articulados, um grupo que para os desavisados pode parecer maioria.



Mas o olhar dos norte-mineiros se volta para a esperança que desabrocha em forma de novas lideranças. Lideranças, diferentemente da matemática que está sendo posta, representam de fato a maioria por serem a soma dos excluídos e dos que têm consciência e liberdade para dizer não ao jugo dos coronéis e com integridade e coragem de mirar, altaneiros,  para o futuro.



E ninguém é capaz de parar o tempo e impedir o futuro indefinidamente.



 

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