Antes mesmo de completar a primeira quinzena de morte do ex-governador de Pernambuco,Eduardo Campos, Marina Silva, a sua substituta na chapa majoritária, já demonstra a sua personalidade e toma decisões que vão dividir o PSB. Agora mesmo,em declarações ao jornal Folha de S. Paulo, Carlos Siqueira, coordenador geral da campanha de Campos, tomou uma decisão grave, abandonou a campanha dela. Siqueira afirmou que tomou a decisão “pela maneira grosseira como ela [Marina] me tratou”. Ele acusou Marina de ter sido “deselegante” com ele durante a reunião do partido em Brasília, que a confirmou como candidata à Presidência em uma chapa com o deputado Beto Albuquerque. “Eu disse que não aceitaria aquilo e afirmei: “A senhora está cortada das minhas relações pessoais”, disse. Sem contar detalhes da reunião, Siqueira, que é um militante histórico do PSB, completou: “Não estou e não estarei em hipótese alguma na campanha desta senhora.”
A cúpula do partido estaria reunida ontem para tentar conter a crise. Participariam da reunião vários líderes da legenda, entre eles o próprio Siqueira e o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral.
Ao ser formalizada candidata ao Palácio do Planalto, Marina anunciou também a reestruturação da equipe de campanha, com a indicação de seus aliados para compor o núcleo central de coordenação. Siqueira, por exemplo, passaria a dividir a coordenação-geral com o ex-deputado Walter Feldman, que acompanhou Marina desde o início dos preparativos para criar a Rede Sustentabilidade.
Para quem não sabe, Marina Silva é de difícil relacionamento social e toma decisões em muitos casos sem ouvir as lideranças que estão em sua volta, deixando todo mundo sem entender os motivos das mesmas. Ideologicamente ela não abre mão de seus princípios e, como ponta de lança, rompe com todo mundo.Para ser a escolhida para ocupar a vaga de Eduardo Campos, Marina Silva teve que assinar um documento contendo itens fundamentais para o Segundo Turno das eleições e que haviam sido assumidos por ele. Itens como estar ao lado de Aécio Neves, caso o mesmo chegasse num confronto com
Dilma. Dificilmente ela vai cumprir o acordo, pois nas eleições passadas, com quase 20 milhões de votos, ela descartou apoio a Lula e Serra, liberando todo mundo para votar em quem quisesse, o que beneficiou ao candidato petista. Vai dar trabalho nas urnas e aos seus eleitores, isto sem contar o agronegócio, fazendeiros, produtores e empresários dos campos, que fogem dela igual o capeta foge da cruz. Ainda tem mais. Na entrevista que a rede Globo vai promover na próxima segunda-feira, ela deverá ainda se aproveitar do momento emocional em que vive o Brasil, com a tragédia envolvendo Campos, e estrategicamente se posicionar como verdadeira vítima. O JN vai pegar mais leve. Com certeza. Cruz credo...