O leitor do jornal O NORTE que tem acompanhado os nossos editoriais pode se preparar porque os próximos capítulos envolvendo a Petrobrás é muito mais tenebroso do que se pensa. Quem teve tempo de ouvir os depoimentos do diretor Paulo Costa e do doleiro Youssef terá a oportunidade única de estar diante dos mais assaltantes que o Brasil já viu. Sob delação premiada, para amenizar as penas, eles soltaram o verbo e em lugar dos nomes de senadores, governadores , deputados só podiam dizer “agentes públicos”, pois cabe ao Supremo o poder de julgá-los. Em pouco mais de 87 minutos de depoimento à Justiça Federal do Paraná, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa detalhou um esquema de cobrança de propina de fornecedores da estatal para abastecer os cofres do PT, PMDB e PP. O engenheiro declarou que foi adotada a prática de “cartelização” nas licitações realizadas pela empresa e que eram acrescidos 3% no valor dos contratos para serem rateados entre “agentes políticos” das três legendas.
De acordo com o engenheiro, nos contratos envolvendo petróleo e gás, é comum a inclusão de custos indiretos e lucros no valor final – o que representa algo entre 10% e 20% a mais. Nos contratos da Petrobras, esse índice era acrescido de 3% em um “ajuste político”. O PT destinava ao seu caixa o total da propina quando era referente a diretorias que administrava, como as de Serviços, Gás e Energia e Produção e Exploração. Nos contratos envolvendo diretorias administradas pelo PP ou PMDB, o PT ficava com dois terços do valor, e o restante era destinado à legenda aliada.
“Então, tinha PT na diretoria de produção, gás e energia e na área de serviços. O comentário que pautava a companhia nesses casos era que 3% iam diretamente para o PT”, afirmou Paulo Roberto Costa. Ele acusou diretamente o tesoureiro do PT, João Vaccari, ao ser questionado sobre quem fazia a entrega ou a distribuição da propina ao partido. “Dentro do PT, (o contato) do diretor de Serviços era com o tesoureiro do partido, senhor João Vaccari. A ligação era diretamente com ele”, disse.
Os outros dois terços do valor da propina, relatou o ex-dirigente, eram repassados ao PT. Em relação à cota do PP, 60% eram entregues à direção do partido, 20% usados para emitir notas fiscais e os demais 20% divididos.entre ele – e Jatene,deputado falecido.
Aliás, o avião em que foram encontrados mais de R$110 mil reais no aeroporto em Brasília, com o empresário Márcio Trombiere, pousou em Montes Claros, conforme noticiário do jornal Folha de São Paulo.Vai dá pano prá manga....
