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Sábado,28 de Dezembro

O Brasil que agoniza

Jornal O Norte
Publicado em 23/07/2007 às 10:33.Atualizado em 15/11/2021 às 08:10.

Wilson Silveira Lopes *


 


Ah! Que verdade Rui Barbosa, o Águia de Haia, em um tempo tão distante do atual, com tal premonição  foi dizer aquela tão famigerada frase:



- De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.



Nada mais real, atual e aplicável às ações do desgoverno petista que, com as suas medidas deletérias, puxa o pé do país sempre para o abismo da omissão, impunidade e o seqüente descalabro moral.



Como disse um certo político, tem governo que é um câncer, pois começa benigno e depois se torna maligno.



Vivemos tudo que nos desonra; tudo que nos faz angustiados, desiludidos, desamparados e injustiçados; tudo que nos torna impotentes diante do poder dominador, totalitário  e indiferente com os anseios da pátria brasileira, a ponto de no dia-a-dia dessa Nova República termos como mostra principal uma chusma de velhacos como os principais artistas das instituições em todos os níveis, federal, estadual e municipal.  



Velhacos, porque pululam de cargo em cargo nas diversas instâncias de poder; tratados de magnânimos e excelências e que do alto dos seus postos fingem não saber que são sustentados pelo suor e sangue do excelentíssimo senhor povo.



A esse enganam e surrupiam com suas ações de omissão, má-fé, fraudes e patifarias de toda ordem. De certa forma, o povo em sua maioria os merece, sim.



E os merece, porque o noticiário da mídia nacional todos os dias mostra que quadrilhas de importantes e desimportantes brasileiros são presas constantemente no cometimento de crimes de toda ordem, mas nem assim excelentíssimo povo brasileiro acorda para exigir providências contra os lesadores dos cofres públicos da nação. É uma maracutaia só de Norte a Sul do país. Sem descanso.



Agora mesmo, a ONG Transparência Brasil (veja o relato completo no site  http://www.transparencia.org.br/docs/parlamentos.pdf) mostra em um relatório o que custa o parlamento em 12 países selecionados, dentre eles o Brasil.



Lá estão: Estados Unidos, Espanha, Canadá, França, Alemanha, Reino Unido, México, Chile, Portugal, Argentina, Itália e Brasil. Ganhamos disparados quando se compara o custo de cada parlamentar para o País em relação ao PIB nacional.                       Não é preciso imaginar muito, que em linha direta aos países comparados somos uma nação considerada pobre, mas nem por isso, barata para o pobre cidadão brasileiro.



Senão, vejamos: o orçamento do congresso nacional, servido pelo erário de um país pobre como o nosso, é de pouco mais de  R$ 6 bilhões e o dos Estados Unidos, país mais rico do planeta, é de R$ 8 bilhões. Na relação entre o custo parlamentar e o PIB nacional superamos até mesmo os Estados Unidos. Cada congressista norte-americano custa R$ 15 milhões. Cada deputado federal brasileiro custa R$ 10 milhões.



Agora o que impressiona mesmo é o custo do senado federal que não se compara com nenhum parlamento do mundo, pois cada senador nosso custa R$ 33 milhões!



Caro leitor, não pense que esse custo parlamentar é pelo tempo de mandato do Senador ou do Deputado, é por ano!



Segundo o professor Percival Puggina esses dados explicam, afirma, o  que está acontecendo com Renan Calheiros  e  a virtuosa Comissão de Ética do Senado Federal. Trata-se da mais recente versão dos macaquinhos atravessando o rio sobre um cipó. Cada um, prudentemente, segurando o rabo do outro. (sic)



Também apesar disso, não podemos dizer que a coisa é tão desesperadora e agonizante assim, porque apenas 165 deputados federais (terça parte dos membros da Casa) e tão-somente 37% dos nossos magnânimos senadores é que respondem  em segunda instância ou nos Tribunais Superiores por crimes contra a administração pública ou por processo eleitoral, ou que foram multados por tribunais de contas quando no exercício de funções executivas.



Afora isso, nada demais a criar constrangimentos desnecessários, até porque o Supremo Tribunal Federal, até então, pelo que se sabe, jamais condenou um congressista deste País de Cabral, que dizem ser a terra das palmeiras onde canta o meu amigo sabiá!



Portanto, como em principio, não podemos esperar do cidadão comum que se levante do seu berço esplêndido, assim como também não podemos esperar dos que se refestelam no poder que tomem a iniciativa de modificar o  que denominam de politicamente correto...



Que, pelo menos, uma parcela de nossa elite ainda consciente neste país, tome democraticamente a posição determinada de movimentar a sociedade emitindo opinião que possa mudar o drástico quadro atual, sob pena de continuar a prevalecer a nulidade, a desonra, a injustiça e o poder nas mãos dos maus.



Que assim seja!



* Advogado

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