Márcio Adriano Moraes
Escritor e Professor
Desconheço as primeiras curvas pelas quais passaram. Não vivenciei ao lado de vocês os primeiros devaneios e suspiros amadoristas. Mas tive a graça de conhecê-los e, hoje, posso dizer ao Pai quão importante é esta amizade, apesar de todos os pesares, pesos que passei, passo e passarei (e juntos passamos). No meio de vocês, muitas vezes estive com minhas peraltices. E sempre acolhido com um abraço fraternal fui, em todos os momentos, sejam quais foram, de alegrias ou tristezas. E agora, testemunha ocular e ventricular desse laço abençoado, quero escancarar a todos a minha admiração por tão belo casal.
Jovens que, como diz a canção, são dois apaixonados por Jesus. E não há porto mais seguro que os braços celestes de nosso salvador e criador. Guiados pelos ensinamentos da Santa Igreja, vislumbramos tantas vezes os gestos mais singelos e de verdadeiro amor que nutrem um pelo outro. Verdade que em tempos de assumir decisões que, aparentemente, seriam díspares, os corações se distanciaram um pouco, mas a veia que liga os átrios de ambos é incomensuravelmente forte. E que ninguém ouse, por qualquer razão que seja, tentar melindrar este casal, ou melhor, que alguém ouse, para assim descobrir que o amor que vocês possuem entre si é maior que qualquer ofensa. Quem sabe ao vê-los em seus gestos afetuosos, tal melindroso encontre motivos para descerrar o seu peito.
Que as amizades verdadeiras cultivadas se tornem rios que fluem sempre a um bem maior. E que vocês possam fielmente navegar por essas águas seguros de que nunca irão naufragar. Ofereço o meu singelo barco, que não é nenhum navio majestoso, mas bem firme para navegarem, ou seria, barquearem?!
Que o sim de vocês possa ser o início de um novo éden tão almejado por muitos. Façam da vida de vocês um reflexo da benevolência divina. Que Nossa Senhora olhe para esta sua singela escrava e lhe mostre o caminho da serenidade; e que São José olhe para este futuro pai e lhe dê a força de um verdadeiro homem! E como escrevi certa vez, desejo para vocês o que um dia desejei para mim: “Desejar reencontrar-te a cada segundo/ Último dia para amar quem se ama amando/ Esperando, mas rezando, querendo tanto/ Que este amor puro e santo jamais se acabe/ Como o brilho do sol em um fim de tarde” (Epifania do Amado).