O Norte de Minas não tem muito o que comemorar quando se fala em eleições para o cargo de deputados federais e estaduais. Conseguimos reeleger 5 estaduais: Arlen, Gil, Carlos Pimenta, Paulo Guedes e Tadeuzinho, e somente uma deputada federal, Raquel Muniz, deixando em aberto uma lacuna com as derrotas de Humberto Souto, Jairo Ataide, LuizHenrique e Ana Maria. Pois bem, quanto a Raquel, ela entrou na guerra eleitoral com um trabalho planejado e que atingiu a mais de 100 municípios, sabendo mostrar o seu projeto com clareza e determinação, mas este assunto vamos tratar na próxima edição do O NORTE. Quanto a sucessão presidencial, já existem algumas evidências , ou seja, integrantes do comitê da presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), afirmam, segundo o jornal “Folha de S. Paulo”, que já estão se preparando psicologicamente para um empate ou ultrapassagem de Aécio Neves (PSDB) nas primeiras pesquisas de voto deste segundo turno.O cenário em São Paulo pode indicar isso: lá, dos atuais 24 deputados estaduais petistas, somente 14 foram eleitos, segundo auxiliares da presidente. Na Câmara, a bancada passou de 15 para 10. Além disso, o tucano venceu a petista em municípios do ABC paulista, berço histórico do PT. Em contrapartida, Aécio perdeu para Dilma em Minas Gerais, o que mostra enfraquecimento do tucano com seu eleitorado de origem
Se em 2010 o terceiro lugar na corrida presidencial foi comemorado como uma vitória por Marina Silva, ficar na mesma posição este ano tem gosto amargo de derrota. Mas os pouco mais de 20 milhões de votos conquistados por ela são agora alvo da disputa dos dois candidatos do segundo turno, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), que parece ter saído na frente pelo apoio da candidata do PSB.
Em seu discurso após a derrota, Marina sinalizou uma inclinação em apoiar o tucano, ao afirmar que “o Brasil sinalizou claramente que não concorda com o que aí está” e que reivindica uma “mudança qualificada”, apesar de não ter dado respostas diretas sobre eventual apoio à candidatura do PT ou do PSDB e de deixar em aberto a opção de repetir a neutralidade de 2010.
“Eu assumi a postura de não me recolher numa anticandidatura, o que pode ser uma tendência. Assumi o compromisso da mudança, indo apoiar Eduardo Campos”, disse durante coletiva de imprensa. Ela pontuou em diversos trechos de sua fala, contudo, que a aliança dependerá de coerência e compromisso com o programa de governo, elaborado com os partidos da coligação que a apoiaram.
Questionada sobre um possível apoio à Dilma, Marina também não respondeu diretamente, mas deu outra sinalização de alinhamento com o PSDB. “Nosso programa é coerente com outro caminho, com outra maneira de caminhar. Temos que ser coerentes com o movimento que representamos de mudança qualificada. A sociedade brasileira está dizendo que não quer o que está aí, da forma que está aí”.
Marina repetiu a mensagem que havia sido colocada pouco antes pelo presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, de que os partidos coligados vão se reunir internamente e tentarão tirar uma posição conjunta. A coligação é formada por PSB, PPL, PPS, PRB, PHS e PSL, além da Rede Sustentabilidade de Marina, que apesar de não ser legalmente um partido, é tratado como estrutura independente dentro da coligação. “Decidimos que queremos tomar uma posição conjunta, mantendo aquilo que nos uniu que é o programa. Todos os partidos farão reuniões e estaremos dialogando entre nós”, disse a candidata. Apesar disso, seu vice na chapa, Beto Albuquerque foi mais enfático no apoio ao tucano. “Eu pessoalmente tenho muita dificuldade (de apoiar a Dilma). Eu, como gaúcho, não sou um homem de levar desaforo para casa”, afirmou sobre os ataques petistas na campanha. Na verdade estamos apenas no início de uma série de negociações que devem encantar os partidos que podem mudar os rumos de uma eleição.
