No espírito do Natal

Jornal O Norte
26/12/2008 às 10:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:54

Felippe Prates

- Impossível, Correia!  Prates não pede desculpas!

A máxima de Mercês Prates, tornou-se histórica e fulminou os propósitos conciliadores do marido Correia, frustrando-lhe, de vez, as chances de fazer as pazes da esposa com a chatíssima cunhada Mariinha, na famosa briga do ovo. Segundo Papai, Newton Prates, seu ardoroso fã e hóspede crônico, Mercês foi uma das mulheres mais inteligentes que já nasceram.

Aos menos lúcidos, tal afirmativa pode parecer presunçosa, prenhe de altivez, arrogância, sobrançaria e até soberba!  Nós, com a “isenção” que Deus nos deu, a julgamos adequada, pertinente aos membros de nossa família.  Dá-se, que pela palavra do Primeiro Cronista, em notável mensagem recebida, “vivemos a maravilhosa saga de sermos um Prates!”

Com a permissão da querida prima Mercês, excepcionalmente vamos discordar dela, pois este é um pedido de desculpas.

Verdade ou mentira, os agnósticos e ateus que se valham do que dizem os italianos, “si non é vero é biene trovato” (se não é verdade é bem achado) pois, em verdade, por trás de toda história da natalidade do Menino-Deus há muito amor, desprendimento, muita entrega e os que possuem no seu coração um tesouro que se chama fé, ou os menos dotados, também conhecidos como hereges, honestamente todos nós, portadores ou ausentes da fé, reconhecemos que à época do Natal existe uma emanação invisível no ar que, ao absorvê-la, melhora o nosso caráter. E ainda desarma os espíritos, abre os corações, nos torna mais gente, infinitamente melhores!

Esse tempo, que a todos sensibiliza, é de renovação e de renascimento, porque seu significado extrapola e vai muito além do dia 25 de dezembro, devendo permear os 365 dias do ano.

Será coisa do menino Jesus!?

De carona e acreditando nessa certeza, dentro do espírito natalino pedimos desculpas aos leitores e amigos a quem, porventura, tenhamos magoado com o nosso verbo.

Não tomem como uma justificativa, mas, buscando ser autênticos e verdadeiros, na crítica ou na crônica, sem o querer muitas vezes nos excedemos, ofendendo ao esclarecer, magoando em vez de agradar, este um dever natural do cronista, operário atento do exercício das amenidades, pois porta voz, tão somente, do deleite, da delicadeza, da urbanidade, da polidez, da graça e da leveza.

Há 40 anos pertencemos a um grupo de estudiosos e apreciadores da vida e obra de William Shakespeare.  Atribui-se a ele a conhecida frase: “The error is human, to forgive, divine”.  (Errar é humano, perdoar, divino).  Até hoje, nós, os membros desse grupo, não encontramos em seus escritos essa brilhante afirmativa, o que, não importa, pois a frase está consagrada, é de domínio público e Shakespeare, agradecido, certamente gostaria de assiná-la...

Assim, portanto, estendemos a nossa mão e, novamente, pedimos desculpas aos leitores e amigos bem como a todos que tenhamos magoado. Afinal, lembra Drummond que a vida é breve e segundo o centenário Oscar Niemeyer, um gênio, dura apenas um minuto!  Portanto, o tempo é curto para louvar e gozar principalmente o amor e mais o que valha à pena.

Ocupando o mesmo espaço da concórdia, da paixão e do amor, a inimizade, o ódio e o desamor se constituem em manifestações de burrice absoluta, qualidade que nós, ofendidos e ofensores, não possuímos.  Outros defeitos, muitos.

Deixemos Shakespeare sossegado.  Para sacramentar as nossas pazes, valhamos-nos de alguns versos de Billy Ekstine que, com suas lindas canções musicou e encantou nossa juventude, inclusive na inesquecível “Apologize”:


                     ...


                    “Forgive me!                                             ...


                          From the bottom                                  “Perdoem-me!


                               Of my heart, dear,                                Do fundo


                                       I apologize.!...”                          Do meu coração, queridos,


Eu lhes peço perdão!”

                                                               ____________________

Aos nossos queridos leitores desejamos muita alegria no Natal e toda felicidade no Ano Novo.


Felippe Prates.

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