Não sou uma pessoa cética. Acredito que é possível encontrar respostas nos locais mais improváveis. E que, muitas vezes, precisamos de ajuda para achar o caminho. Sei, por exemplo, que um psicólogo pode fazer verdadeiros milagres na vida das pessoas. São inúmeros os casos de amigos, conhecidos e familiares que relatam com propriedade o sucesso obtido após consultas com estes especialistas. Ainda assim, não consigo entender como estes profissionais, sozinhos, vão mudar a realidade atual da Seleção Brasileira.

No momento, tudo se resume a uma instabilidade emocional que pode ser vencida em poucos dias. Não, não estou falando do chororô dos jogadores. Isso já foi visto com outros times e em outras circunstâncias. Estou me referindo ao fato de a comissão técnica apontar a pouca idade de alguns e falta de experiência de outros para justificar a postura vista dentro das quatro linhas. O que não me parece refletir a realidade.

Não é preciso ser expert para concluir que há algo muito maior do que as crises emocionais dos atletas. Os jogadores não conseguem se achar em campo. Apesar da defesa ser mais sólida, o meio de campo não funciona e a bola não chega ao ataque. Prova disso é a participação pífia do atacante Fred e de seu substituto Jô nas jogadas. Trocam-se as peças, mas o objetivo não é alcançado.

Não me parece justo colocar a responsabilidade maior na falta de controle emocional dos atletas. E os problemas táticos? E as questões técnicas? E a revelação feita pelo Felipão a alguns jornalistas, alegando que, se pudesse voltar atrás, teria convocado um outro jogador que preferiu não citar?

Acho muito conveniente para toda a comissão técnica colocar a culpa apenas na instabilidade emocional. Assim, fica mais fácil isentá-los de suas próprias responsabilidades em caso de uma desclassificação.

Por isso, reafirmo: se a psicóloga de confiança do Felipão – que já declarou fazer acompanhamento por telefone e WhatsApp, porque está comprometida também com outros clientes – conseguir resolver todas estas questões até hoje, tem que ser canonizada. Ou melhor, pode logo assumir a posição do Felipão.

Melhor do que alguém que sai contando os “problemas” para alguns jornalistas a fim de conseguir aliados, é alguém que consegue resolvê-los apenas na base do divã.