Nas ruas, mas sem subversão

-

Jornal O Norte
Publicado em 25/06/2013 às 09:11.Atualizado em 15/11/2021 às 17:05.

Foi para as ruas e botou a boca no trombone. Se os políticos perderam a capacidade de sentir as necessidades e representar os interesses do povão, realmente não restava alternativa.

O recado começou duro e muito claro com vaias à Sra. Dilma Rousseff, por ocasião da abertura da Copa das Confederações. Vaias para a presidente que até então colecionava índices de popularidade invejáveis. E justamente na abertura de um torneio de futebol bem ao gosto do brasileiro,  por ocasião da inauguração de um estádio ( na verdade várias arenas bilionárias).

No rastro das vaias vieram as manifestações de ruas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e outras cidades brasileiras.  Sempre com um denominador comum: o caráter pacífico, a reclamação por questões diversas como saúde e transporte coletivo, e repelindo qualquer conotação político partidária.

As vaias estrondosas dirigidas a Dilma na verdade tinham um alvo muito maior do que a presidente. Foram direcionadas à estrutura representativa da República, a cada um dos integrantes das três esferas do poder.

Também não se referem a um acontecimento verificado aqui e agora, mas a uma situação de desrespeito à população que persiste há décadas, e que com o passar do tempo e diante da impunidade se tornou insuportável. Mas nem todos entenderam assim.

Certamente a presidente foi pega de surpresa numa situação de pompa em que a imprensa mundial estava representada. E a reação popular logo tomou outras formas e rumos e se espraiou por importantes capitais e cidades do Brasil.

Diante deste quadro à perplexidade dos governantes somava-se o incômodo do PT.  A nível de governo a reação foi um pronunciamento em cadeia nacional em que a a Sra. Dilma condenou os atos de violência e vandalismo e prometeu esforços para um pacto capaz de pacificar ânimos e aquietar as multidões.

Mas membros do PT, assustado com o recado das ruas, trazido justamente pelas massas que sempre julgaram dominar, ao que parece partiram para ação subversiva.

Há notícias na imprensa nacional de infiltração nos movimentos de pessoas encarregadas de promover baderna. A intenção seria de que os protestos passem a ser vistos com reprovação pela população que não sai da zona de conforto.

Outros foram contratados com a missão de bombardear com críticas as lideranças a nível estadual ou municipal, pressupondo que desta forma as vaias à presidência perderão força e efeito diante de tantas reclamações pelo Brasil.

Com nítida intenção de interferir junto aos integrantes do movimento Levanta Montes Claros, distribuíram panfletos, providenciaram carro de som e a confecção de faixas e cartazes de protesto, tendo como alvo principal a administração municipal.

A atitude destes políticos gerou reações por parte dos que aderiram ao Levante em Montes Claros. Com bate boca e registro de ocorrência policial, além do temor deque  essas infiltrações acabem trazendo vandalismo e baderna.

Quem é brasileiro de coração não quer isso. E torce para que o Levante Montes Claros aconteça, que as reivindicações sejam expressas de forma ordeira e que de fato nossa cidade, Minas e o Brasil possam mudar.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por