Sarah Pará
Estão chamando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de estadista, outros de nacionalista. Chegaram a compará-lo a Getúlio Vargas. Reli a biografia do chamado “Estadista gaúcho”, presidente da República que mais tempo permaneceu no cargo, de 1930 a 1945 e de 1945 a 1954. Adotou a política nacionalista contra a espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, entre outras inovações, além de instalar a ditadura do Estado Novo!
Há correntes de pensamentos políticos tachando Lula de nacionalista em função do pré-sal, como se isso fosse negativo. Aprofundar nesta discussão deve ser o papel de todos os brasileiros. Trata-se das nossas reservas! Não deve haver lugar nas transações financeiras para comprometer o nosso subsolo, ainda que em águas ultraprofundas! Fernando Henrique Cardoso vendeu a Companhia Siderúrgica Nacional em 1993, para uma empresa multinacional. O que se sabe é que até o subsolo fora comprometido na transação, com exploração por tempo indeterminado pela empresa estrangeira, contrariando leis. A CSN foi fundada em 1941 e iniciou suas operações em 1946. Primeira produtora integrada de aço plano no Brasil, marco no processo brasileiro de industrialização, seu aço viabilizou as primeiras indústrias nacionais, núcleo do atual parque fabril brasileiro. Sua capacidade de produção anual é de 5,6 milhões de toneladas e cerca de 16 mil empregados, atividades em siderurgia, mineração e infra-estrutura. Vale lembrar, que entre o
utras, além desta empresa de suma importância para a economia do Brasil, Getulio Vargas também criou a Petrobras. A recente retaliação do Senado para não aprovar em caráter de urgência o projeto de regulamentação do uso e exploração do pré-sal nos litorais de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, tem um recado: a população tem que participar! Deve-se levar em conta todas as opiniões, principalmente a dos ambientalistas. A equipe “Lulista” agora piou baixo, vai ter que sair do discurso eleitoreiro para levar a sério a necessidade do povo brasileiro. No pronunciamento à Nação no domingo, Lula deu outro tom à conversa, pediu para o povo se mobilizar em defesa do pré-sal.
Precisamos ter consciência do que é nacionalismo! É cômodo ficar na janela e deixar a banda passar, para depois criticar. Depois, Inês é morta! Na reunião de Copenhagen, capital da Dinamarca, em dezembro, o mundo estará de olho neste achado, benção ou maldição! Brasileiras e brasileiros, não se esqueçam, o pré-sal é nosso e os dividendos da Petrobras também! Mais saúde, mais educação, mais pesquisas e mais investimento na preservação da natureza!