A sucessão presidencial vem ganhando contornos imprevisíveis e que estão desafiando os mais qualificados articulistas políticos. Aqui em Montes Claros, onde os pensamentos refletem em todo o Norte de Minas, por exemplo, a situação é para ser analisada de uma forma técnica e profunda. Em qualquer lugar que se vai não se encontra nenhuma foto ou bandeira de Marina Silva. E o pior. Ninguém fala que vai votar nela, mas nos números dos Institutos de Pesquisas ela tem presença que se chama de goleada no dicionário do futebol. Vale a pena conferir os números apresentados na tarde de terça-feira pelo IBOPE, onde é mostrada a liderança da candidata do PSB e também o que pensa Aécio Neves desse tsunami eleitoral.
Em São Paulo, por exemplo, ela já alcançou 39% das intenções de voto. No maior colégio eleitoral do País, a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) se manteve em 23% das intenções de voto. O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, oscilou de 19% para 17% das intenções de voto no Estado. O levantamento também mostra que o pastor Everaldo manteve 2% de intenções de voto entre os eleitores paulistas. Eduardo Jorge (PV) ficou igualmente em 1%. Brancos e nulos somam 7% e indecisos, 10%. No fim de agosto, brancos e nulos eram 9% e indecisos, 10%. A margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais e o nível estimado de confiança, de 95%. Ou seja, se fossem feitas 100 pesquisas idênticas a esta, 95 deveriam apresentar resultados dentro da margem de erro.
Por outro lado Aécio Neves subiu o tom contra a adversária do PSB, Marina Silva. Ao lado do ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso e de outras lideranças, Aécio voltou a falar da confiança de que estará na disputa do segundo turno, classificando a candidatura Marina de “metamorfose ambulante”. Aécio disse que o improviso não é o melhor conselheiro. “De um lado temos um governo que reage aos índices de pesquisa, alterando suas convicções com certo desespero, o que não é bom. De outro lado o que vejo é uma candidatura que mais se assemelha a uma metamorfose ambulante, que altera suas convicções ao sabor das circunstâncias.” Nas críticas a Marina, o presidenciável tucano a acusou de plagiar, no capítulo dos Direitos Humanos de seu programa de governo, lançado na semana passada, o texto do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) de 2002, do governo de Fernando Henrique Cardoso. “O capítulo do programa de Marina é uma cópia exata do PNDH de FHC. Ela poderia ter pelo menos dado crédito aos autores verdadeiros da proposta e a FHC”, cobrou. Ele foi além, ao questionar: “Em quais Marinas o eleitor pretende votar, a que ataca ou a que foi do PT? A que defende os pilares macroeconômicos ou a que votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no Congresso Nacional quando era do PT? É a Marina que se calou no escândalo do mensalão e continuou no governo petista?” E frisou: “É necessário que o Brasil conheça as reais convicções da candidatura de Marina Silva”. Aécio disse ainda, temer o discurso que ela faz de negação da política.
Diante desta realidade é que se chega a uma conclusão de que daqui pra frente, nos debates, nas caminhadas e outras estratégias vai ser na base do “seja o que Deus quiser”.
