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Sexta-Feira,27 de Junho

Menos, brahmeiro

Jornal O Norte
Publicado em 23/04/2009 às 10:44.Atualizado em 15/11/2021 às 06:56.

Samuel Nunes


Jornalista



Peço licença ao meu colega jornalista da editoria de esportes do O NORTE Heberth Halley para comentar neste espaço na volta do feriadão, sobre o brahmeiro do momento.



Por várias vezes nos últimos dias assisti pela televisão, o jogador com fama de “bonzinho” Ronaldo Fenômeno, fazendo propaganda para uma famosa marca de cerveja.



Ridículo e paradoxal, a participação de um atleta na referida propaganda. Infelizmente a imprensa, especialmente a esportiva, não fez nenhum comentário a respeito da propaganda do bom menino Ronaldo que sempre demonstrou amor pelo flamengo, mas, que pelo dinheiro se diz corintiano, com uma garrafa de cerveja na mão dizendo ser meiro. Não vou falar as iniciais.



A não ser na rádio Globo do Rio de Janeiro, há uns 15 dias, para ser mais preciso, no programa Enquanto a Bola não Rola, apresentando pelo bom e competente Heraldo Leite. 



No mais só a imprensa, especialmente a paulista puxando o saco do Ronaldo que realmente com a bola nos pés é um fenômeno, mas, quando abre a boca só fala asneira. Coisas de pouco ou nenhum proveito.



Mas, foi na revista Época dessa semana, que o jornalista Guilherme Fiúza, na coluna Política e Tudo Mais, que tece criticas contundentes a tal propaganda. Sendo que, inteligentemente deu o nome do seu artigo na revista Época de, Menos, brahmeiro.



Diz o jornalista: Na vida, Ronaldo está conseguindo desmoralizar a bondade.



Se ele fosse um Romário, tudo certo. Avisa logo que é petulante, que é o cara, que não gosta de treinar, que adora mulher e detesta acordar cedo. Pronto.



(E notem que Romário, o malandro, nunca apareceu em programinhas de calçada, nunca quis fazer da seleção brasileira seu spa e nunca foi visto em baladas alcoólicas).



Guilherme Fiúza, que já foi editor de política do jornal O Globo, revela ainda que Ronaldo quer o altar de bom rapaz.



O embaixador mundial da infância (que, aliás, a Unicef não reconhece), o craque virtuoso, o militante do respeito aos ídolos. É o traficante da boa fé, diz o jornalista.



Guilherme Fiúza faz alguns questionamentos que considero pertinentes, pois em um país, onde o professor é desvalorizado, onde os cientistas da nossa terra também não têm as suas descobertas valorizadas, estes ganham muito menos do que um treinador ou um jogador de futebol de futebol.



Fico a imaginar e Guilherme Fiúza questiona tal proceder, que cabe ao Brasil decidir se aceita ou não cultivar o Ronaldo, como herói mimado, como é o caso do Fenômeno com a bola nos pés.



Acrescentaria na lista, viu meu caro colega jornalista, os Adrianos e Robinhos da vida, que só gostam de ser entrevistados por puxas sacos, leia-se alguns deles, Serginho Groismam, e Luciano, marido da Angélica. 



Mas, voltando aos comentários do Jornalista da revista Época, ele ainda diz: Esse tipo de bonzinho profissional não vê compromisso entre o comportamento que advoga e o cachê publicitário que põe no bolso.



Ronaldo Fenômeno, o atleta das criancinhas, ir à TV para dizer sorrindo “Eu sou brahmeiro” é um escárnio, afirma o jornalista Guilherme Fiúza.



Ele finaliza o artigo com o seguinte comentário:



- Ou melhor: seria um escárnio, num país onde não fosse normal o primeiro escalão da República ir alegremente ao beija-mão de um investigado por corrupção.



Mas seria absurdo contestar o direito do craque de ganhar esse troco do patrocinador. Ele é mesmo brahmeiro, é Flamengo, tem uma(s) nega(s) chamada(s) Tereza e curte pagar pelo carinho de algumas delas. Ninguém tem nada com isso.



O apelo a ele é um só: Ronaldo, saia desse armário da virtude. Deixe a bondade em paz.

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