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Domingo,21 de Dezembro

Manifestantes sob vaias

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Jornal O Norte
Publicado em 24/07/2013 às 09:24.Atualizado em 15/11/2021 às 17:07.

Se não é frequente Montes Claros receber a visita de um ministro do Governo Federal, pela segunda vez o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, prestigia a cidade com a sua presença. Mas com certeza desta vez não levou a melhor das impressões.

O representante do Governo Dilma veio para estimular a adesão dos municípios norte-mineiros, interessados no programa Mais Médicos. Aproximadamente 80 prefeituras se fizeram representar no auditório da AMANS – Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene, na manhã de sábado, 20 de julho, através de seus prefeitos, secretários de Saúde ou afins.

Teria sido encontro produtivo e tranquilo não fosse pela claque organizada  representante do Conselho Regional de Medicina em Montes Claros, que compareceu levando a tiracolo médicos e estudantes de medicina para protestar, junto ao ministro, contra a intenção do Governo Federal de importar profissionais de outros países para atuar em regiões brasileiras onde não há médicos para assistir a população. Em relação a este assunto trava-se duro debate entre entidades de representações da classe médica, escolas de medicina e o Governo Federal. Na pauta a revalidação de diplomas dos estrangeiros, principalmente os que vierem de Cuba e resistência ao período obrigatório de atendimento pelo SUS para conclusão do curso médico.

Até aqui, nada de mais, afinal o direito de protestar está em alta no Brasil. Entretanto, estes manifestantes – por se entender que tenham uma formação diferenciada -, acabaram patrocinando uma bizarra demonstração de falta de educação diante do ministro Alexandre Padilha, tumultuando o que seria reunião de trabalho. Sem perder a serenidade, o representante do Ministério da Saúde explanou minuciosamente o programa, ponto por ponto, sempre sob intenso barulho teleguiado pelo professor.

A plateia se irritou a tal ponto que uma senhora não se conteve e pediu o microfone das mãos do ministro para passar uma descompostura nos agitadores, cobrando respeito a tantos que haviam vindo de longe e tinham o direito de ouvir as informações que estavam sendo repassadas.

No final o ministro Alexandre Padilha começou a ser aplaudido, na medida em que mostrava as estratégias que estão sendo adotadas pelo Governo Dilma para solucionar a falta de médicos no Brasil. Principalmente, quando começou a colocar as necessidades da população em pauta. A partir deste momento, o auditório irritado passou a vaiar os manifestantes.

Se o que se pretendia era protestar contra o que entendem não ser o ideal para os estudantes de medicina e para a classe médica o tiro saiu pela culatra.

Primeiro considerando que os que ali estavam a badernar não representavam o universo de estudantes e profissionais médicos da cidade, muito menos do Norte de Minas.

Segundo por-que, pela forma má educada como se comportaram, acabou criando uma nítida divisão entre pessoas que anseiam por mudar o status quo do sistema de atendimento que aí está e um punhado que, na ótica dos interesses corporativistas se esquecem das necessidades do povo brasileiro, principalmente os milhões que hoje sofrem nas regiões mais pobres e desassistidas.

Prova disso é que agora, para continuar os protestos, as representações da classe médica agendaram greves nas principais cidades do País. Mais uma vez, quem sai perdendo é o povo.

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