José Wilson Santos


zewilsonsantos@hotmail.com

Há coisas que o melindre não nos permite ablar para amigos e parentes queridos. Então, a gente escreve, na esperança de que leiam e coloquem a carapuça.

Alguns de nós, talvez pela trabalheira danada que dá ganhar a vida, não andam com saco, tempo e carinho para educar os bambinos.

Nem direito, nem esquerdo. Não educam de jeito nenhum.

Estão a criar monstrinhos que lhes consomem as poucas horas de descanso e acabam por transformar as vidas deles e de quem mais está por perto num inferno.

Crianças, algumas até ainda fazendo nas fraldas, mas que se adonam das pessoas e exigem, fazem questão, não abrem mão de que tudo seja feito para o seu ego. E olha que elas nem sabem ainda o que diabo é ego (mas acho que suspeitam bem o que seja).

Sacou, Índio Velho?

Quanto mais difícil é a criança (difícil é termo moderno, da nova psicologia infantil, que significa criança mimada, cuja bunda nunca sentiu o peso da mão dos pais), tanto quanto mais os pais fazem ouvido de mercador e olhar de quem anda obtuso das vistas.

Resultado: monstrengos que enchem o saco de qualquer cristão, e que solamente nos raros momentos do dia ou da noite em que estão dormindo, lembram as crianças que de fato são.

PQP!

Alguém aí pode me explicar o que ôrra anda acontecendo? Por que diabos as pessoas (pelo menos boa parte delas) não cuidam mais da educação dos rebentos que colocam no mundo? Será que andam esperando que se façam leis para o governo se encarregar disso?

Tá certo, tá certo que às vezes (pra não dizer quase sempre) a gente chega estourado do trabalho, com sentimento de culpa por não ter estourado o pé da orelha do chefe com um murrão da roça, etc, etc, etc., mas o que que a educação dos catarrentos tem com isso?

Quanto mais difíceis são as crianças, mais presentes e enérgicos devem ser os pais, porque se eles não as educarem, alguém vai educar, quando não o mundo.

Não dá para ser indiferente. Melhor: não podem ser indiferentes. Achar que quando crescerem as crianças melhorarão naturalmente, que não vale a pena se estressar também em casa para corrigi-las, que criança é tudo assim, que ensinamento e cobrança podem traumatizar os coitadinhos.

E por aí afora.

Filhos são aquilo que os pais, acima de tudo, fazem deles.

Zelosos, eficientes, disciplinados, ou sem noção de ôrra nenhuma, desses que acham que fazem um favorzão pro mundo ao existirem.

Serão pessoas mal ajustadas, mal acabadas, que se arrebentarão lá na frente, porque a vida prática e produtiva não se dá bem com indivíduos, digamos, com essa formação.

Quem pariu Matheus que o embale! É bíblica, portanto, a melhor definição de a quem cabe a educação dos filhos.

Tão tá então?

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