Mais trabalho!

Por Paulo Vinicius Coelho

Jornal O Norte
Publicado em 11/06/2013 às 09:38.Atualizado em 15/11/2021 às 17:04.

é comentarista da ESPN


Neymar passou somente os quatro minutos iniciais do jogo como ponta-de-lança, pelo meio, um pouco atrás de Fred. No quinto minuto, já estava na ponta esquerda, setor em que o técnico da França, Didier Deschamps, julga ser mais difícil marcá-lo. Não foi tão difícil assim.


A observação de Deschamps sobre o melhor jogador do Brasil é imprecisa. Neymar era impossível de marcar em qualquer posição do campo, entre 2009 e 2012. O Neymar de 2013 é mais fácil de marcar.


Isso pode mudar rapidamente dependendo de duas circunstâncias. A primeira é a maior concentração do atacante do Barcelona em suas sessões de treino, combinada ao menor número de compromissos fora de campo. A segunda, o crescimento da seleção brasileira como equipe.


“Neste momento, Neymar precisa cumprir tudo o que se pede taticamente. O Brasil precisa parar de perder, começar a ganhar e então ele poderá se soltar mais”, diz o pai do craque.


Em outro exemplo, a Argentina cobrava que Messi fosse a referência de uma equipe inexistente. Hoje, o time existe e Messi joga bem por sua seleção.


Contra a França, Neymar não jogou bem, mesmo atuando pela esquerda, o que desmente a teoria de Deschamps. Reforça a tese de Neymar, o pai. Isso porque a equipe também não brilhou, apesar de mostrar bons momentos.


Teve méritos, como fazer gols em jogadas treinadas durante a semana. O primeiro com uma bola roubada no ataque, estratégia em que Felipão insistiu nos trabalhos em Goiânia. Dos 15 gols da seleção em 2013, é apenas o segundo feito por causa da marcação por pressão --o primeiro com bola roubada no ataque aconteceu em Wembley, contra a Inglaterra.


O segundo da vitória sobre a França, num contra-ataque três contra dois, também nasceu de situação simulada por Felipão no treino de quinta.


Outro mérito é segurar a vantagem sem sofrer gols, diferente do que aconteceu contra Itália, Chile e Inglaterra, no Maracanã. Vencer dá confiança e é importante entrar na Copa das Confederações sem o peso dos três anos sem vitórias em clássicos.


Mas não é de se contentar com isso. A seleção precisa controlar mais as ações no meio de campo, encontrar espaços nas linhas espremidas dos adversários europeus.


Isso também vale para Neymar. Pela esquerda, o mais talentoso jogador do Brasil fica refém da linha lateral, que diminui seu espaço. Como ponta de lança, está mais perto do gol. É melhor.


Mas melhor ainda será quando Neymar voltar a jogar tudo o que pode. Mesmo sem ser neste momento o craque que o Brasil conheceu, Neymar já foi responsável por seis dos 15 gols da era Felipão --marcou três e deu três assistências. Imagine sua importância se voltar a jogar tudo o que sabe.


 

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