Dário Teixeira Cotrim *
Presente nos acontecimentos mais importantes para a formação histórico-cultural-social, econômica e política do Brasil está a Maçonaria Brasileira. Aliás, a Maçonaria sempre esteve presente, não só aqui no grande-sertão: veredas, do saudoso Guimarães Rosa, mas também em quase todos os pontos da Esfera do G.: A.: D.: U.: - DEUS. Em especial, ela marcou presença também em nossa querida cidade de Montes Claros, o que não poderia ser diferente. Embora nos afastando um pouco mais da linha central de exposição da matéria que nos domina a curiosidade, lembramos ainda que, há mais de um século desde a criação da primeira Loja, ela vem contribuindo com a pureza de coração, exaustivamente, para o desenvolvimento da cidade e região.
Nas festividades continuada para homenagear o sesquicentenário da cidade de Montes Claros, e representando o nosso glorioso Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, participamos da solenidade em que se exaltava à figura ilustre do coronel Celestino Soares da Cruz, fundador da Loja Maçônica Pureza Nº. 250, de Montes Claros, fato ocorrido no dia 21 de junho de 1894. Segundo o livro A História do Grande Oriente de Minas Gerais e outras histórias, do nosso Ir.: Jorge Lasmar, a Loja Deus, Humanidade e Luz, foi a primeira a ser instalada em Belo Horizonte , e que teve a data de fundação registrada no dia 1º de junho de 1896. Portanto, dois anos depois que a nossa. Entretanto, para o nosso maior orgulho é sabido que a “Loja Aurora do Progresso”, da antiga Vila de Grão Mogol, foi fundada em 12 de dezembro de 1874 e regularizada em 14 de abril de 1875, sob os Aupic.: do GR.: OR.: Unido do Brasil, e é considerada uma das mais antigas de todo o Estado de Minas Gerais.
O Barão de Grão Mogol (coronel Gentil Martins) o fundador da Loja Aurora do Progresso, de Grão Mogol, juntamente com o coronel Celestino Soares da Cruz figuram hoje, com justa homenagem, na galeria dos homens mais importantes da Maçonaria do Norte de Minas.
Um fim outra coisa não é senão o valor do reconhecimento e da gratidão aos homens que fizeram perpetuar a história de nossa cidade. Isto posto, durante a belíssima Sessão Pública, presidida pelo Venerável Mestre, Ir.: Nivaldo de Oliveira Boaventura, os “pedreiros” da Loja Maçônica Pureza nº. 250 e os demais convidados ouviram atentamente dos IIr.: José Geraldo Gomes e Carlos Américo Souto Freitas um valioso relato histórico (inédito) sobre o início da maçonaria em Montes Claros. Consoante o nosso entender, disse-nos o grande filósofo alemão Shopenhauer (1788-1860) que: “o povo que não conhece a sua história está limitado no presente da atual geração. Esse povo não compreende sua própria natureza e existência, na impossibilidade de relacioná-las com o passado que os explica muito menos antecipar alguma coisa sobre o futuro. Somente a história pode dar ao povo a consciência de si mesmo”. Por isso mesmo que os IIr.: da Loja Maçônica Pureza Nº. 250, inteligentemente, saíram à cata de suas origens. Notemos que não se trata aqui de uma transcendência para o além do real, mas uma superação da subjetividade no plano histórico-cultural-social, razão pela qual congratulamos e aplaudimos com entusiasmo o esforço e a determinação de quem faz a história acontecer.
Como se vê, em documento datado de 21 de junho de 1894, registra-se a fundação da Maçonaria na Vila de Montes Claros das Formigas. Consta que esta reunião aconteceu na morada do capitão Pedro Augusto Teixeira Guimarães, com as presenças do coronel Celestino Soares da Cruz, capitão José Filomeno de Araújo, Getúlio Fernandes Ferreira, capitão Camilo Cândido Leles, Olvídio Moreira e Melo e os iniciados Dr. Alfredo Abdon de Loyola, capitão Daniel Pereira da Costa, capitão Justino Serafim Teixeira Guimarães, professor Antônio Augusto Spyer, professor Cesário Gabriel Prates, bacharel Luiz José de França Oliveira Sobrinho e, evidentemente, a participação do proprietário da casa. Não é demais recordar que o autor intelectual e executor da fundação da Loja Maçônica Pureza foi o coronel Celestino Soares da Cruz. Em vista disso foi formado uma comissão – composta pelos nomes de Yvonne de Oliveira Silveira, Benedito Said, Petrônio Braz, Haroldo Lívio de Oliveira e Dário Teixeira Cotrim – para descerrar o retrato do coron
el Celestino Soares da Cruz, na galeria dos IIr.: Veneráveis da Loja Maçônica Esperança do Norte. Não cabe aqui por certo discutir se a objetividade pressupõe da vaidade humana. O importante foi o resgate histórico na formação Maçônica de Montes Claros, o que veio dar elasticidade aos limites de nossas pesquisas futuras. A nossa cidade agradece e orgulha-se dos IIr.: maçons da Loja Maçônica Pureza N. 250, e o Instituto Histórico e Geográfico, por sua vez, gaba-se por presenciar relatos da mais alta relevância sobre os caminhos de nossa história.
* Da Academia Montes-clarense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais