Liguei o meu desconfiômetro - por Wilson Silveira Lopes

Jornal O Norte
Publicado em 18/06/2007 às 17:26.Atualizado em 15/11/2021 às 08:07.

Wilson Silveira Lopes 



Como diz o advogado Avay Miranda a liturgia da palavra nos poderes públicos é essencial. Mas a sua ausência no Governo deste país é na verdade cada vez mais extremamente crítica.



O exemplo que todos os dias nos dá o Sr. Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, agora vem de ser copiado por sua Ministra do Turismo, Martha Suplicy, que quando indagada pela imprensa sobre o que fazer do famigerado “apagão aéreo” , respondeu na bucha:  Relaxe e goze!.



Mas esse desconcerto ilitúrgico da palavra de autoridades tão importantes não é só o que se apresenta. Há um viés de interpretação que é preciso dar ao que se tem ouvido do senhor presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante de sua demonstrada irritação com o que ele chama de “falar mal do Brasil”.



Recentemente declarou que a imprensa fala que no nordeste é a fome; que em São Paulo é o tráfico, banditismo e outras coisas que também são fatos do dia-a-dia do Janeiro, e por aí afora. Quinta-feira última( 14), no Rio de Janeiro, pedindo votos para o Cristo Redentor, voltou a criticar os que falam mal do Brasil, segundo ele. Disse que é preciso cuidar da nossa imagem aqui e lá fora.



Mas será que a nossa imagem é realmente boa, a ponto de não ter que se falar dela? Será que o nosso país anda mesmo bom das pernas que não é preciso considerar, por exemplo, as atitudes nefastas dos nossos políticos que agem criminosamente e às escancaras contra a população brasileira, praticando em desavergonhada corrupção, atos de Sanguessugas, Mensalões, Furacão, Vampiro, Anaconda, Navalha, Themis e por último a operação Xeque-Mate, que envolveu o irmão do presidente Lula, o Vavá, além é claro, dos atos daqueles que no exercício muitas vezes de cargos públicos do legislativo, judiciário e executivo, não se pejam de vergonha diante do povo brasileiro pela sua respectiva falta de decoro, não lhes passando pela cabeça, nem minimamente, afastar-se do cargo público em exercício, como forma de respeito às instituições que representam. É como se estivessem a dizer para o povo: “daqui não saio, daqui ninguém mim tira”.



Por que isso ocorre? Penso responder certo que é por causa da nossa apatia e também  da nossa alegria e felicidade brasileiras, assim permitindo um nível de tolerância à corrupção que chega no nosso país praticamente na totalidade, isto porquê a crença ou certeza absoluta na impunidade é também absoluta.



Os criminosos do Brasil, convictos da impunidade, muitas vezes aparecem para as câmeras de tv., sorrindo, troçando com as autoridades brasileiras.



Não adianta pois, a Polícia Federal fazer o seu papel de prender criminosos, - e há de se destacar esse valoroso trabalho investigativo que ela executa - que logo depois, às vezes em poucas horas, são colocados em liberdade pela Justiça, para saírem por aí rindo da cara do povo.



Outro dia a imprensa noticiava que dois cidadãos japoneses quando estavam para serem julgados pela Corte daquele país, suicidaram. Segundo a notícia, porque não se sentiam confortados  diante da sociedade e porque não poderiam continuar vivendo na desonra do crime que cometeram.



Por aqui, não costumamos ter noticia de que pessoas da nossa casta política, envoltos em corrupção, sofram de tal tortura moral que os leve a remoer os intestinos na vergonha e na ignomínia profunda, pensando em seus filhos e assim também ajam.



Impunidade gera conforto e serenidade para a contínua prática de crimes contra a administração pública, como se vê todos os dias pelo noticiário da mídia brasileira.



Será que a nossa imagem é realmente boa? E esses dados que nos traz o João Luiz Mauad, em seu artigo “Incúria com o dinheiro alheio” *, sobre a Petrobrás?



“Até o começo do governo Lula, de acordo com a mesma fonte, a Petrobrás tinha 34,5 mil empregados próprios e mais 5.900 em suas subsidiárias. Os números saltaram para 49,9 mil e 11,1 mil, respectivamente, ao final de março deste ano. Mas não foi só o número de funcionários próprios que aumentou. O total de empregados de empresas terceirizadas subiu 36,4% desde o início da Gestão Lula - de 110 mil no fim de 2002 para 150 mil no fim do primeiro trimestre de 2007. Sem dúvida, a manutenção de um tal cabide de empregos tem um custo, que não é baixo. Os acionistas , coitados, que o digam.” Grifos meus – (Publicado no Mídia Sem Máscara, dia 23 de maio de 2007 – O autor é empresário e formado em administração de empresas pela FGV/RJ).



Desse modo penso, que se o povo brasileiro pensar, não teremos como defender a imagem do país em consonância com o Sr. Presidente Lula, que não se sabe porquê deseja agora que o façamos.



É incrível!

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