LENTIDÃO PARA DEFENDER A MULHER

Artur Leite

Jornal O Norte
Publicado em 08/08/2014 às 21:45.Atualizado em 15/11/2021 às 16:34.

O noticiário da semana na imprensa do Estado de Minas Gerais foi sobre a tragédia que ocorreu sob os olhares de uma sociedade desprotegida: uma estudante de medicina  que foi assassinada a facadas, dentro de seu apartamento, na manhã de terça-feira (5), em Montes Claros, no Norte de Minas.

O principal suspeito do crime é o ex-namorado da vítima, identificado como Leandro. O suspeito foi detido.

Conforme a Polícia Militar, testemunhas contaram que o rapaz invadiu o apartamento de Sara Teixeira de Souza, de 35 anos, no bairro Ibituruna e,  durante uma discussão, por motivo ainda desconhecido, ele pegou uma faca e desferiu vários golpes da vítima. O resgate foi acionado para socorrer a universitária, mas ela já estava morta.

Após o crime, o suspeito fugiu, mas, foi localizado e detido próximo à rodoviária da cidade.

Passados os primeiros momentos de muito impacto emocional é hora então de se cobrar algumas questões que ficaram mais uma vez sem respostas. A jovem Sara Freitas, diante do término do relacionamento  e enfrentando ameaças, procurou a Delegacia de Defesa da Mulher e registrou queixas contra o criminoso, pois, temia pela vida. Cumpriu rigorosamente com a missão de cidadã em risco e acreditando na Lei Maria da Penha. Não se sabe por que, os trâmites não foram cumpridos ou seja, a Justiça, através  do juiz Isaias Caldeira, expediu o mandato de prisão preventiva do “monstro”, mas por incrível que pareça , ele não foi encontrado , mesmo todo mundo sabendo que ele desfilava pela boates e barzinhos da cidade, exibindo os seus dotes físicos como se nada estivesse ocorrendo.

Os absurdos não param, porque outras duas mulheres vítimas deles, uma inclusive mãe de um seu filho, também procuraram a Justiça acreditando que ele estaria atrás das grades, mas nada disto aconteceu, absurdamente. O depoimento do juiz Caldeira foi “duro”, pois ele, e nem a sociedade, entende porque a sua ordem não foi cumprida.

Estes fatos não são novos, pois outros crimes foram cometidos e os assassinos não são importunados como deveriam ser. É preciso que diante de fatos como estes, que se cumpra o que a Justiça manda, pois ao contrário, cada vez mais, todos nós,vamos desacreditando nas Leis. Marias, Saras, Norminha e tantas outras não podem continuar perdendo a vida tão precocemente por falta de autoridade. É preciso dar um basta.

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