Lembrete do passado

Jornal O Norte
Publicado em 25/01/2013 às 18:14.Atualizado em 15/11/2021 às 16:57.

Acho que cumpro um dever ao volver a atenção e o conteúdo destas linhas há 70 anos, quando estávamos ainda sob o Estado Novo. Os brasileiros de hoje parecem ter limitada sua memória a 1964, quando se instalou o governo militar, transformado na ditadura que durou 21 anos. Mas o Brasil é bem mais velho e os problemas de toda ordem o têm acompanhado.



A partir de fins de 1942, todo mundo revelava descontentamento com o governo e se sentia o cheiro de pólvora que os mineiros tinham reservado para o seu famoso manifesto, que apressou o fim da era Vargas. O Estado e seu povo se sentiam cerceados em liberdade e sofrendo restrições a sua expansão. João Camillo, historiador, enfatiza que não só as atividades dependentes do governo sofriam. A própria economia estiolava-se, não somente pela falta de estímulo como também pelo sistema de economia implantado no país, lembrando os piores dias do reinado de D. Maria I.



Minas se preparou para reagir. Mineiros de alta estirpe, residentes no Rio, capital do país, sentiram que era a hora da luta: aberta, franca, leal, atraindo o apoio do resto do país. Era preciso mudar, porque a II Grande Guerra caminhava para terminar, e era imprescindível e inadiável que os democratas se erguessem contra o nazi-fascismo e a ditadura quase moribundos. À frente, estavam Virgílio de Melo Franco e Luiz Camilo de Oliveira Neto.



Somente no final do ano, em 24 de outubro de 1943, como lembrando a decisiva participação de Minas, no mesmo mês, na revolução de 1930, o documento se tornou conhecido. O Manifesto dos Mineiros enfatizava:



“Este não é um documento subversivo; não visamos nem agitar nem pretendemos conduzir. Falamos à comunidade mineira sem enxergar divisões ou parcialidades, grupos, correntes ou homens.” “A extinção de todas as atividades políticas e de todos os movimentos cívicos forçou os mineiros, reduzidos à situação de meros habitantes de sua terra, a circunscreverem a sua vida aos estreitos limites do que é quotidiano e privado. Quem conhece a história das tradições da nossa gente pode medir a extensão da violência feita ao seu temperamento por essa compulsória e prolongada abstinência da vida pública”.



O que se pretendia era retomar o bom combate em prol dos princípios. “Ao fazê-lo, queremos afirmar, peremptória e lealmente, que não nos movemos contra pessoas nem nos impele qualquer intuito de ação investigante ou julgadora de atos, gestos ou paixões que estejam transitoriamente



Manoel Hygino - escreve no jornal Hoje em Dia

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