Adilson Cardoso
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Outubro, mês aguerrido para os saudosistas do Comunismo, o inesquecível Outubro vermelho, a segunda fase da revolução russa orquestrada pelos bolcheviques. Também se destaca por inúmeros acontecimentos que marcaram a história da humanidade. Foi neste mês que nasceu Nietsche, o filósofo do niilismo; Gandhi, o pacificador; John Lennon, o poeta que protestava contra a violência em forma de canção e imaginava um mundo em que as pessoas pudessem viver sem repressões de todos os níveis.
Mas o mais importante de todos os acontecimentos foi o nascimento de Geraldo Magela, o cara que veio a esta terra para cumprir a missão de ser bacana, um exímio amigo, um pai de família espetacular e um marido que, segundo Ivana, teria se casado com ele novamente se a história retroagisse. E acrescenta que reza todos os dias para que Deus dê a ela o direito de tê-lo na eternidade da morada celestial.
Além disso tudo, é um profissional que dispensa comentários, gerenciando uma grande loja de eletrodomésticos na cidade. É sempre reverenciado pelos clientes, que encontram a mais nobre das atenções no recinto.
Magela, ex-jogador profissional, passou por diversas equipes de Montes Claros, inclusive Cassimiro e Ateneu, daí uma série de outras Brasil afora. Quem o viu atuando não poupa elogios para dizer que foi um dos maiores atletas da história da nossa cidade, e olha que o nosso quintal sempre teve imensuráveis figuras neste quesito.
Magela não faz questão de esconder a idade, completa meio século de existência como o menino que aprendeu a amar o futebol e perder até o apetite de tanta emoção. Sorri com seu jeito ao ver o quique da bola como se ela lhe confidenciasse um segredo. Mas não é difícil entender que exista a prosopopéia como fonte verdadeira desse gostar que não se mede.
Flamenguista de paixão avassaladora se mete a coral nos dias de Brasileirão, falando com orgulho as visitas feitas ao Maracanã em clássicos memoráveis. De olhar inundado, narra peripécias do Zico, gols do Nunes e defesas de Raul. Do nada começa a cantar o hino do clube e dança como se fosse plugado na fanática energia de torcer.
O dia é 08, quarta feira, que gentilmente adia para domingo a fatia do bolo e o prato de salgado, mas somente depois da obrigação, como o próprio frisa, que é acordar nos primeiros raios de domingo e exercer seu papel de goleiro ídolo dos peladeiros no campo dos fundos da escola Nereide Carvalho, no Parque das Mangueiras. Nesse dia chorar de rir faz parte do seu show, já que os olhos que nunca lhe deixaram só estarão ainda mais fortes alumiando o soprar das velinhas.
Peço licença aos astros maiores, pois sei que o amado Guga, que mora na mansão do Paraíso, manda seu carinho ao pai que foi o maior dos amigos, o exemplo que ele seguiu enquanto freqüentou o efêmero mundo dos seres vivos. Daqui, outra turma reivindica seus abraços, uns empoeirados, outros encoleirados pelos frangos de Dida, mas são estes: Da Lua, Tone Boquinha, Zózimo, Ednan Apito Rosa, Roni, Dez, Vá, Claudinho, Titio Tostão, Guilherme, Negão e Branco, sócios, Jovão, Cori, Valdirzinho, Osvaldo Jandaia, Biruta, Dida, Quiabo e os outros que levarão os ovos e farinha de trigo. Também o pequeno grande Airon Augusto, César do Boteco, Xará Flamenguista e a Baixinha do Barzinho.Todos radiantes de felicidade pelo amigo que és.
Parabéns, campeão!