Leitura sem censura: Aliança quarenta e oito - por Adilson Cardoso

Jornal O Norte
Publicado em 16/10/2008 às 10:14.Atualizado em 15/11/2021 às 07:47.

Adilson Cardoso


adilson.airon@mail.com



No momento em que Ruy Muniz decreta seu apoio ao candidato Athos Avelino, simultaneamente dita o norte a vitória. O povo que nutria a esperança da virada no segundo turno festeja com sorriso de vencedor, pois sabe que a força que vem do povo é o poder de reação que esta união demonstra.



Está claro que nossa gente não está mais no mesmo lugar, provou nas urnas condenando vereadores que vegetavam sem criatividade nos gabinetes da câmara a uma reflexão de quatro anos ou mais. É essa mesma gente que aprendeu que política é diferente de politicalha, que populismo não rima com avanço, que é a palavra de ordem para Montes Claros.



Essa consciência política vem para desmascarar o pseudo Hobin Hood, que golpeia os eleitores com sua oratória de prefeito dos pobres, sem ter o mínimo de coerência para esclarecer que ele nunca tirou um só centavo do seu bolso para ajudar família alguma dos bairros contemplados com lotes e lonas pretas.



Isso foi estratégia de um radialista que lidava diuturnamente com as ansiedades do povo, com aquilo que era feito como denúncia social nos seus programas. O desrespeito às vezes é tão notável que o povo perde o nome para ser alcunhado pelo lugar onde mora. Desta forma entendia-se que facilitaria a curralização dos votos. Ledo engano!



Hoje, no Village do Lago, no Tiradentes, no Santa Cecília e outros bairros que aquele candidato se apodera e diz ser o pai, já existem discussões políticas, pessoas interessadas no crescimento intelectual das comunidades, falando da importância do voto certo, da ruptura com os mitos que trouxeram miséria, violência, falta de educação e de cultura para várias partes não só daqui, como de todo o território nacional.



Um brinde a esta união que é do povo de Montes Claros. A aliança 48, nascida de ideais coletivos, de debates abertos e democráticos. Uma salva de palmas para todos nós moradores da periferia, que se cansaram de ser massa de manobra, que vêem a cada dia um jovem tombar sem vida, aumentando as estatísticas da violência comandada pelas drogas. Essas criaturas são células fabricadas  dentro de ambientes sem estrutura, alimentadas por esperanças falsas de se viver com dignidade.



Como poetizou Drummond, no meio do caminho tinha uma pedra. Completamos: uma pedra vindo da Pedramontes, que furou o sapato do seu Zé e o pé de Joãozinho, que queria correr nas ruas... Torceu o pé de dona Maria e se perdeu na enxurrada das primeiras chuvas.

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