Leitura sem censura: Agora falo de Picasso - por Adilson Cardoso

Jornal O Norte
Publicado em 27/12/2007 às 18:46.Atualizado em 15/11/2021 às 08:27.

Adilson Cardoso



Ainda não tem pistas dos bandidos que roubaram o patrimônio do mundo. As obras que foram levadas do MASP (Museu de Artes de São Paulo), sendo uma do Brasileiro Candido Portinari e a outra do Espanhol Pablo Picasso. Pela grande ênfase dada pela imprensa nos últimos dias, acho desnecessário voltar a citar os nomes e maiores descrições das telas, uma vez que meu objetivo é mostrar um pouco do atraso Universal que sofremos diante das Artes Visuais.



A pintura em plena era tecnológica onde se inventa de tudo, ainda não conseguiu seu espaço no meio do povo, é claro com algumas exceções de uma pequena parte da “Plebe intelectualizada” que vai a busca da história e entendimento desta harmoniosa maneira de comunicação do homem. Vejo este atraso por culpa da própria Escola, a Educação Artística nos velhos moldes, mais frustrou do que aliciou os alunos para um olhar mais sensível. O grande Nome da Pintura não tem o mesmo destaque do que o da musica, ou do que atua em Novelas, enquanto o Carnamontes e Companhia arrastam multidões sangrando seus suores vazios, uma exposição no Shopping Center onde homenageava o “Mestre Konstantin Kristtof” e o Sesquicentenário de Montes Claros, se viam poucas pessoas olhando os chinelos com uma dificuldade muito grande em enxergar o significado. “Biolla” e seus peixes dormiram no solitário pesadelo popular no grande Salão do Centro Cultural, vendo pessoas transitando pela Praça da Matriz sem curiosidade alguma de olhar em frente,


sem saberem da dedicatória magnífica que abre a exposição, com o Poeta Anelito de Oliveira.



Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno Maria de Los Remédios Cipriano de Santíssima Trindade Ruiz y Picasso, nasceu em Málaga no sul da Espanha em 25 de Outubro de 1881. Filho de um Professor de Desenho, o que lhe proporcionou todo apoio para seu precoce ingresso no mundo artístico. De 1901-1905, Picasso passa pela “Fase Azul”, período bastante reflexivo na vida do pintor que usa as cores frias, sombrias, retratando a pobreza, a cegueira a alienação e o desespero, pois esta fase na vida do artista também foi marcada pela falta de reconhecimento e muita dificuldade financeira. Nos dois anos seguintes enamora-se e deixa seu coração coordenar suas mãos, pinceladas suaves e alegres vive sua “Fase Rosa”. Em 1907, inicia sua fase de desconstrução do olhar chamada de “Fase Cubista” com objetos selecionados em cubos como se fossem cristal, substituindo o tradicional ponto de fuga usado na perspectiva, dando-lhe diversas visões de um mesmo objeto, uma ruptura no cerne do concreto para satisfazer-se com a


plenitude da composição. O primeiro quadro desta fase chamado de as “Senhoritas de Avignon” mostra todo este universo performático Cubista.



Dentro do Cubismo vários estudos ainda foram desenvolvidos, com a intenção de ir ao extremo naquilo que achava ser indispensável dentro da obra de arte. Sendo Pablo Picasso o precursor do Estilo. Durante toda sua carreira procurou ir infantilizando seu desenho, com uma disposição muito grande em buscar o aprendizado  a todo instante e, pregava: “alguns pintores passam quase um ano avançando, crescendo centímetro por centímetro, o trabalho na tela. Eu passo um ano pensando e depois em minutos de desenho, executo-o”. Sua obra mais famosa conhecida e reverenciada em todo o Planeta é “Guernica”, encomendada para o pavilhão Espanhol da Exposição Internacional de Paris (1936). Retratava a violência e a opressão desencadeadas pela Guerra Civil Espanhola que recebeu o Apoio Nazista para combater as forças populares, bombardeando a pequena cidade que é o nome da obras, com um saldo de mais de 2000 mortos e umas centenas de feridos. Conta-se que em 1940 com Paris ocupada pelos Nazistas, um General Alemão diante de uma


fotografia que representava o Painel perguntou a Picasso se tinha sido ele o autor daqueles horrores, enfático ele respondeu: “Foram Vocês”!. Durante a segunda guerra mundial a Obra foi transferida para o MOMA (Museu de Arte Moderna de Nova York), com ordens expressas do Pintor para que só voltasse à Espanha quando este fosse um País democrático. O que aconteceu em 09 de Setembro de 1981 o que o Madrilenos o chamaram de “El Ultimo Exilado”.


 


“Sou categórico ao afirmar que jamais considerei a Pintura como simples arte agradável, da distração; eu quis, pelo desenho e a cor, uma vez que eram estas as minhas armas, penetrar sempre mais no conhecimento do mundo e dos homens, a fim de que esse conhecimento nos libere há todos cada dia mais... Agora compreendo que isso só não é suficiente; esses anos terríveis de opressão me demonstraram que combater não somente através da minha “arma”, mas de todo o meu ser.”.



Pablo Picasso morreu em 08 de Abril de 1973.

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